Quatro meses depois de ter anunciado ao universo futebolístico que ia colocar um ponto final na sua carreira, Eden Hazard, concedeu uma entrevista à 'France Football' em que revelou que não gostaria de ser como o internacional português, Cristiano Ronaldo. Aos 33 anos, o belga admitiu que não gostava de treinar, nem nunca teve como uma prioridade os cuidados com a alimentação, assumindo ainda que "em futebol puro" era superior a Ronaldo.
"Não teria sido capaz [de ter carreira igual à de Cristiano Ronaldo]. Depois de um treino, ficar uma hora a fazer banhos gelados? Não. Deixem-me em paz, com os meus amigos, vamos para casa jogar às cartas ou beber uma cerveja. A minha recuperação era jogar com os meus filhos no jardim durante duas horas. O Cristiano é o exemplo de um bom futebolista, mas se tivesse sido como ele, queimava-me. Não ia ao ginásio a cada três dias e também não fazia três horas de fisioterapia para recuperar", admitiu.
Na mesma entrevista referiu ainda que o único jogador que o surpreendeu ao longo da carreira foi Lionel Messi.
"Messi talvez seja o único. Acho que é o maior da história. É impossível tirar-lhe a bola. O Cristiano é um jogador maior que eu, mas acredito que, em termos de futebol puro, não foi melhor que eu. Neymar, talvez. Depois, e não melhores que eu, há muitos jogadores bons no Real Madrid. Benzema, Modric, Kroos, respiram futebol", acrescentou.
Hazard relembrou ainda que os cuidados com a alimentação nunca foram uma prioridade durante a sua carreira, lembrando ainda das duras críticas que recebeu por estar acima do peso desejado: "Ir treinar era uma m*****. Chegava, nem sequer apertava os atacadores e dizia: 'vamos a isso, está bem'. Depois começaram a reparar que pegava na bola e rendia em campo, que era o que importava. Eras bom, ganhavas, todos ficavam contentes".
"Não vou dizer que abusava. Não prestava atenção, mas não ia ao McDonald's todos os dias. Não duras 16 anos como profissional. Não dava qualquer importância. Sou um 'bon vivant', gosto de comer, de estar com os amigos, de beber. Aconteceu-me, no dia antes de um jogo, comer em casa e beber uma pequena garrafa", prosseguiu.
"Oh meu Deus, é o 'Boxing Day', é o Natal, é as raclettes, é o vinho, íamos não sei para onde, golo, golo... Isto enquanto me diziam para ter atenção. É bizarro... A dieta é nula, não serve para nada. Enfim, é bom se queres jogar até aos 40 anos. Eu sabia que não seria o meu caso", concluiu.
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