Génio, mito, lenda, sempre com muita polémica à sua volta. Uns adoravam-no, outros adoravam odiá-lo. Mas ninquém questionava que se tratava, de facto, de um génio. Diego Armando Maradona faleceu esta quarta-feira, 25 de novembro de 2020, poucas semanas depois de completar 60 anos. Para a história ficam exibições lendárias com as camisolas da Argentina, Boca Juniors, Barcelona e Nápoles.
Recordamos alguns dos seus mais extraordinários feitos.
1. Campeão do Mundo de sub-20, 1979
Considerado demasiado jovem por Carlos Menotti para ser convocado para a seleção principal da Argentina que acabaria por conquistar o Mundial de 1978, pela qual se estrou em 1977, com apenas 16 anos, Maradona mostrou que estava bem acima dos seus pares ao liderar o seu país à conquista do Campeonato do Mundo de sub-20 de 1979, no Japão.
2. Quatro golos ao Boca Juniors pelo Argentinos Juniors
Maradona estreou-se pelo Argentinos Juniors com apenas 15 anos, em outubro de 1976, passando cinco temporadas no clube antres de se mudar para o Boca Juniors, em 1981.
Mas, antes de rumar ao Boca, brilhou frente ao clube da 'La Bombonera'. Foi num jogo da Liga argentina, em que marcou quatro golos num triunfo por 5-3 do Argentinos Juniors. O primeiro foi de penálti, por ele conquistado, o segundo de livre, o terceiro um chapéu e o quarto novamente de livre.
3. A mão de Deus e AQUELE golo frente à Inglaterra no Mundial 1986
Foi o jogo em que Maradona terá, definitivamente, ascendido ao estatuto de lenda. Jogavam-se os quartos-de-final do Mundial de 1986. O adversário era a Inglaterra. Um jogo ainda mais especial pela questão da Guerra das Malvinas que envolvia os dois países. E o que fez 'El Pibe'? Primeiro, mostrou o seu lado de génio mau e, com a célebre 'mão de Deus', bateu Peter Shilton pela primeira vez. Depois, o lado de génio bom, com aquele que é recordado por todos como o melhor golo da História dos Campeonatos do Mundo.
Aos 55' minutos, Diego Armando Maradona pegou na bola a meio-campo e fintou quase metade da equipa da Inglaterra (guarda-redes incluído) para fazer o 2-0. O golo de Maradona ficaria conhecido na história como "O Golo do Século". Na memória ficou o relato do jornalista argentino Victor Hugo Morales, a comentar a jogada: "Barrilete cósmico... De qué planeta viniste?".
4. A oferta que valeu um Mundial
A Argentina, que conquistara o primeiro título em 1978, foi Maradona e mais 10 no Mundial de 1986, sobretudo na altura das decisões: bisou face a Inglaterra (2-1, nos quartos) e Bélgica (2-0, nas meias). Depois disto, a RFA chegou à final frente à albiceleste decidida a anular El Pibe, mas não conseguiu.
Junior Brown e Jorge Valdano marcaram os dois primeiros golos da Argentina, mas Karl-Heinz Rummenigge e Rudi Voller conseguiram chegar ao empate. Aí, Maradona descobriu espaço para oferecer a Burruchaga o golo da vitória (3-2).
5. Uma dobradinha para a história
Ainda na ressaca da conquista do Mundial, Maradona regressou ao Nápoles para dar alegria ao emblema italiano. Nas duas primeiras temporadas com o astro argentina, os napolitanos terminaram o campeonato em 8º e 3º lugares, mas isso acabaria por mudar.
Em 1986/1987, o Nápoles de Diego Maradona venceu os 12 primeiros jogos do campeonato, bateu Juventus e Roma, e conseguiu ao tão desejado primeiro título de campeão italiano. Mas a festa não ficaria por aqui. Os napolitanas carimbaram nessa época a dobradinha ao vencerem a final da Taça de Itália frente à Atalanta, com duas assistências de El Pibe.
6. Um duelo duro com a Vecchia Signora
Na época 1988/1989, o Nápoles venceu a Taça UEFA, mas antes de chegar à final deparou-se com a Juventus nos quartos. Depois de uma derrota por 2-0 na primeira mão, ninguém esperava o desfecho da eliminatória.
Maradona abriu o marcador de grande penalidade aos 10 minutos e viu Andrea Carnevale marcar o segundo. Com a eliminatória empatada no final do tempo regulamentar, o Nápoles acabaria por seguir em frente na competição depois de um golo de Alessandro Renica ao minuto 119.
7. Live is Life
Já nas meias-finais da Taça UEFA 1988/1988, Maradona deu um show. Antes do apito inicial do encontro frente ao Bayern de Munique, a música Live is Life dos Opus ecoavam nas colunas do estádio.
No relvado, Maradona fazia o aquecimento e dava um show de toques na bola, enquanto dançava ao som da música. O vídeo do momento tornou-se num clássico do desporto-rei e do eterno El Pibe.
8. A brilhar até à reconquista
Depois de conquistar o primeiro título italiano em 1986/1987, o Nápoles terminou em segundo lugar nos dois anos seguintes: primeiro atrás do AC Milan e depois do Inter.
Mas em 1989/1990 o scudetto acabaria por regressar a Nápoles. Maradona brilhou durante toda a temporada, em que apontou 16 golos e fez várias assistências, que levaram a equipa à reconquista do título.
9. Varrer adversários pela Argentina
Ainda em 1990, Maradona esteve também presente na caminhada da Argentina no Mundial. Apesar de não estar a 100% graças a uma lesão no joelho, El Pibe foi fundamental.
Nos oitavos de final, frente ao Brasil, o craque argentino assistiu Cannigia para o golo da vitória, depois de deixar para trás quatro jogadores brasileiros. A albiceleste chegou à final da competição, mas acabaria por perder frente à Alemanha, deixando Maradona a chorar de raiva
10. Um adeus em grande
O Mundial de 1994 ficou marcado pela frase "cortaram-me as pernas", que Maradona disse depois de testar positivo no controle antidoping para a efedrina, durante um momento de renascimento no futebol. Por conta disso, recebeu uma suspensão de 15 meses, a segunda da sua vida.
Ainda antes de deixar os Estados Unidos da América, onde decorreu o Mundial, Maradona brilhou na vitória da Argentina sobre a Grécia, por 4-0, no primeiro jogo da fase de grupos da prova. Gabriel Batistuta fez um hat-trick, mas para a história ficou o golaço de El Pibe (e a celebração) naquele que foi o último tento (e o penúltimo jogo) com a camisola da Argentina.
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