O Al Ahly vs Zamalek é o dérbi dos dérbis em África, a maior rivalidade no futebol árabe. É o jogo que faz parar o Egipto, o tema de conversa dos mais 100 milhões de pessoas do país. O dérbi do Cairo entre o Zamalek e o Al Ahly é um dos mais apaixonantes do mundo, mas também um dos mais violentos.
Há poucos anos quando estes dois gigantes se encontravam no Estádio Internacional do Cairo, o segundo maior do país, o local transformava-se em zona de guerra. As mães temiam pelos filhos, os amigos pelos amigos. Era uma zona de incertezas. Quem ia, não sabia se voltava para casa. A tragédia de Port Said e o golpe militar que afastou o presidente Hosni Mubarak trouxe um panorama diferente no futebol egípcio, com jogos à porta fechada e o Exército a garantir a segurança.
Mais que um jogo de futebol, o dérbi do Cairo é também uma luta de classes, entre as elites e as massas. Forjado no início do século passado, nos primeiros dias da fundação destes dois clubes, numa altura em que o Egipto estava sob jurisdição britânica, esta rivalidade já conheceu 241 capítulos, com larga vantagem para o Al Ahly, clube onde o português Manuel José é ainda hoje visto como um rei.
Nesta luta pelo trono do Egipto e de África, reinam os 'vermelhos', o clube do povo. Considerado pela Confederação Africana de Futebol como o clube do século XX, o Al Ahly é o emblema com mais 'Champions' africanas (nove), mais quatro que o rival Zamalek, o segundo mais titulado e também considerado o segundo clube do século XX em África pela CAF. A rivalidade é tanta que a federação egípcia chegou a cancelar um campeonato devido aos incidentes entre adeptos destes dois gigantes do Cairo.
Luta de classes
Para entender a origem da rivalidade entre estes dois emblemas, é preciso recuar aos inícios do século passado, quando o futebol no Egipto era algo de pouca importância, apenas praticado pelos ingleses, num país que estava sob jurisdição britânica.
Aportando sentimentos nacionalistas aquando da fundação, a 24 de abril de 1907, os ‘diabos vermelhos’ criaram um clube para os estudantes opositores à ocupação britânica e cultivaram laços com as classes populares, ao ponto de terem adotado a única cor da antiga bandeira do Egito e banido a utilização de atletas estrangeiros durante anos.
As sementes do Al Ahly foram lançadas antes, em 1905, fruto da vontade de Mustafa Kamil, um advogado que queria ver os estudantes a praticar futebol, já que estes não tinham acesso aos clubes das elites e dos ingleses.
Desde cedo que o Al Ahly se assumiu como o clube das massas, do sentimento nacionalista do país contra a ocupação estrangeira da altura. Em árabe, o nome Al Ahly significa 'Nacional'.
Quando se nasce ali, passado pouco tempo ou se é de um clube ou de outro
Já os ‘cavaleiros brancos’ nasceram quatro anos mais tarde, como Qasr El Nile Club, e eram apoiados por elites políticas, administradores coloniais e forças do exército, até que a independência do país, em fevereiro de 1922, restringiu o controlo inglês ao Canal do Suez, três décadas antes do golpe militar responsável pela destituição do rei Farouk.
O clube foi fundado por George Marzbach, um advogado belga, e ficou com o nome do local da sua primeira sede. Mais tarde mudaria o nome para El Mokhtalat Club, que seria substituído pelo nome do Rei Farouk (Clube Farouk El Awal), o monarca egípcio da altura. Após o derrube do Rei Farouk por um golpe militar liderado por Gamal Abdel Nasser, o clube viria a mudar novamente de nome, passando a ser chamado de Zamalek, a denominação do bairro onde estava localizado.
Quando Gamal Abdel Nasser subiu ao poder, em 1956, tomou o futebol como reflexo de uma nação autónoma e renascida. Quatro anos depois, estreou o imponente Estádio Internacional do Cairo, com capacidade para 100 mil espectadores. O estádio passou a ser a casa dos dois emblemas da capital, impedidos de jogarem entre si de 1967 a 1970, em função da Guerra dos Seis Dias. Após a derrota nesta guerra árabe contra Israel, Nasser passou a ver o futebol como uma espécie de má influência ocidental, razão pela qual proibiu a prática do mesmo até 1970, ano da sua morte.
Os dois acordos de paz celebrados com Israel em 1978 permitiram a Anwar Sadat, sucessor de Gamal Abdel Nasser, reativar em pleno as provas futebolísticas, numa altura em que o agora já rebatizado Zamalek perdia pujança e o Al-Ahly se aproximava do poder, até por ser preferência clubística de diversos chefes de Estado egípcios.
Gamal Abdel Nasser era um fervoroso adepto do Al Ahly, tal como Anwar Sadat e, mais tarde, Hosni Mubarak, presidente do Egipto durante vários anos.
Se encontrares um polícia na rua, ele não te pergunta se és muçulmano ou cristão, pergunta-se se és do Al Ahly ou do Zamalek
"As rivalidades não se explicam. São dois clubes com grandeza ímpar em África. Em termos de adeptos, é um bocadinho 60/40 a favor do Al-Ahly, num país com 103 milhões de habitantes. Quando se nasce ali, passado pouco tempo ou se é de um clube ou de outro. Esse aspeto emocional, mas tranquilo, marca a diferença", explicou o treinador Manuel José, à Lusa.
No novo milénio, o fervoroso dérbi da cidade banhada pelo rio Nilo conheceu oito treinadores lusos e assistiu à ascensão de grupos radicais de adeptos, que até se uniram em protestos contra o regime de Hosni Mubarak, deposto em fevereiro de 2011, sem deixarem de acumular episódios violentos entre si à custa do fanatismo futebolístico.
"Tenho um dos maiores resultados da história dos dérbis [6-1, em 2001/02] e não houve nenhum conflito nem ninguém me insultou. São gente extremamente afetiva e tranquila. A rivalidade não gera agressividade, mas um peso tremendo de responsabilidade sobre os jogadores, pois 90% das coisas são feitas de forma emocional no Egito", analisou o técnico luso, que venceu 20 títulos pelo Al Ahly.
"Não vás! Vais ser morto!" Muito sangue já foi derramado no Dérbi do Cairo
A história deste duelo, muitas vezes sangrento, começou a 09 de fevereiro de 1917, quando Al Ahly e Zamalek se encontraram pela primeira vez, num amigável ganho pelos 'vermelhos' por 1-0. Três anos depois, quando ainda nem havia federação de futebol no país, os dois clubes ajudaram o Egipto a formar uma equipa de futebol para participar nos Jogos Olímpicos de Antuérpia. A seleção, formada por dez jogadores do Al Ahly e quatro do, na altura, El Mokhtalat Club, perdeu por 2-1 com a Itália.
Este duelo, que começou de forma amigável, subiu de tom com o passar dos anos, até ser apelidado de "o mais perigoso dos dérbis". Confrontos entre adeptos e entre adeptos e a polícia, motins, destruição de propriedades, feridos e mortes fizeram com que jogo passasse a exigir uma organização diferente por parte das forças de segurança do Egipto.
Em julho de 2008, o jornalista inglês James Montague, ao serviço do 'The Guardian', viajou até o Cairo para presenciar, ao vivo o 'Dérbi do Egipto'. Quando contou ao taxista que o apanhou no aeroporto o motivo da sua viagem, o mesmo avisou-o: "Não vás! Vais ser morto".
Um Al Ahly-Zamalek é a mesma coisa do que era antigamente o Sporting-Benfica ou do que é agora o FC Porto-Benfica. São jogos que se começam a viver três semanas antes
A construção do Estádio Internacional do Cairo, em 1958, com capacidade para 100 mil pessoas numa fase inicial, marcou também uma nova era na rivalidade, já que o recinto enchia no Dérbi do Cairo, criando problemas acrescidos para as autoridades. O primeiro caso de violência foi registado em 1965, quando alguns adeptos do Al Ahly atearam fogo nas bancadas, furiosos com um golo do rival. No ano seguinte, registaram-se 300 feridos após rixas entre adeptos dos dois clubes.
Em 1971, a federação egípcia de futebol decidir cancelar o campeonato após uma invasão de campo por parte de alguns adeptos que se envolveram numa luta com o guarda-redes do Al Ahly.
Com o passar dos anos, os duelos entre os 'diabos vermelhos' e os 'cavaleiros brancos' passaram a ser um campo de exteriorização contra a opressão política do antigo presidente Hosni Mubarak. Em fevereiro de 2008, um adepto do Zamalek foi queimado vivo e outros sofreram queimaduras, após serem atingidos por 'cocktails molotov' atirados por apoiantes do clube rival durante um jogo de basquetebol entre as duas equipas, ganho pelos 'cavaleiros brancos' por 68-67.
Entre 2011 e 2013 o dérbi do Cairo não se realizou devido aos conflitos políticos no país, mas também por causa da tragédia de Port Said, em 2012. Nesse ano, adeptos do Al Masri invadiram o relvado e atacaram jogadores do Al Ahly, ao mesmo tempo que perseguiam apoiantes dos 'diabos vermelhos' nas bancadas. Morreram 74 pessoas morreram, 254 ficaram feridas na sequência dos confrontos, segundo os números das autoridades. Manuel José, treinador do Al Ahly, e os jogadores tiveram de ser evacuados em dois helicópteros do exército.
Após a tragédia de Port Said, os confrontos entre adeptos e a polícia alastraram-se para outras cidades, como Suez e Cairo, provocando várias mortes e feridos.
A Liga egípcia seria retomada em fevereiro de 2013, com jogos a porta fechada, com a segurança dos estádios a ser garantida pelo Exército e não pela Polícia.
Mas a violência não é apenas entre adeptos. Raramente os jogos entre as duas formações acabam sem expulsões. Os jogadores são perseguidos por adeptos rivais e alguns têm de andar com seguranças privados. Ayman Younis, antigo jogador do Zamalek, foi um dos que sofreu na pele a ira dos adeptos dos 'diabos vermelhos'. Nos anos 80 e 90 do século XX marcou muitos golos frente ao Al Ahly.
"Em 1990 encontrei o meu BMW virado ao contrário e riscado com as letras 'Al Ahly'. E tínhamos perdido por 2-0, mas eles recordaram-me que eu tinha marcado ao Al Ahly no início da época. Mas esse nem foi o pior. Uma vez, cinco mil adeptos do Al Ahly invadiram a rua onde moro, atacaram a minha casa, com a minha mulher e filhos lá dentro. Tive de chamar a polícia", contou ao 'The Guardian', antes de dar um exemplo do fanatismo que reina no Cairo.
"Se encontrares um polícia na rua, ele não te pergunta se és muçulmano ou cristão, pergunta-se se és do Al Ahly ou do Zamalek", completa.
A entrada de adeptos ultrarradicais nos dois lados transformou os jogos em campos de batalha.
"Zamalek e Al Ahly são os dois grandes partidos políticos no Egipto, [a rivalidade] é algo maior que a política, é um escape. O adepto médio do Al Alhy é alguém que vive num pequeno apartamento de um quarto com a sua mulher, a sogra e cinco filhos. Recebe o salário mínimo e a sua vida é uma porcaria. A única coisa boa da sua vida é que, todos os domingos, durante duas horas, vai ao estádio ver os jogos do Al Ahly", contou, em 2008, Asad, líder dos ultras do Al Ahly ao 'The Guardian'.
Após a tragédia de Port Said, os dérbis do Cairo voltaram a normalidade, sem incidentes de maior. Enquanto o campeonato esteve suspenso, as duas equipas encontraram-se na Liga dos Campeões Africanos em 2012, mas sem público nas bancadas. Em 2013 voltaram a cruzar-se duas vezes na Champions da CAF, com os jogos a serem realizados em El Gouna, uma cidade turística no Mar Vermelho, a 460 quilómetros de Cairo, para evitar ajuntamentos de adeptos.
São poucos os jogadores que atuaram pelos dois clubes ao longo da história. Os gémeos Ibrahim e Hossam Hassan foram dos poucos a trocar o Al Ahly pelo Zamalek, depois de brilharem pelos 'vermelhos'. Os adeptos do Al Ahly não perdoaram tamanha traição e ameaçaram-nos de morte. Até hoje são obrigados a andar com seguranças privados.
Abdek Karim-Sakr foi outo dos futebolistas a atuar pelos dois lados, ele que ostenta o título de melhor marcador do Dérbi do Cairo, com 17 golos: 10 pelo A Ahly e sete Pelo Zamalek. Mokhtar El-Tetsh e Mohamed Aboutrika são os melhores marcadores por um clube: 13 golos cada pelo Al Ahly.
Nos 241 jogos entre ambos, as duas maiores goleadas estão na posse do Zamalek: 6-0 em 1942 e 1944. O Al Ahly respondeu com um 6-1 ao rival em 2002, com o português Manuel José no comando. Antes, tinha goleado o arquirrival por 5-0 em 1937.
Manuel José, a lenda portuguesa do Al Ahly
Este é um dérbi com muito sotaque português, principalmente depois de 2000. Manuel José é um dos que ficará para sempre na história do Al Ahly mas outros técnicos lusos já marcaram presença neste duelo do Cairo. Pelo Zamalek passaram Jesualdo Ferreira, Manuel Cajuda, Inácio e, recentemente, Jaime Pacheco, que perdeu a Champions Africana para o Al Ahly.
Nenhum treinador ganhou tanto como Manuel José no Al Ahly. O técnico português, agora com 75 anos, é uma lenda entre os 'vermelhos' do Egipto, pelos 20 títulos que deu ao clube. Ao leme do Al Ahly, conquistou a Liga dos Campeões Africanos em quatro ocasiões (2001, 2005, 2006 e 2008) nas cinco finais que disputou com o clube. Além disso, venceu quatro Supertaças Africanas, seis Ligas do Egipto, quatro Supertaças egípcias e duas Taças do Egipto pelo clube do povo.
"Um Al Ahly-Zamalek é a mesma coisa do que era antigamente o Sporting-Benfica ou do que é agora o FC Porto-Benfica. São jogos que se começam a viver três semanas antes", disse o técnico à Lusa, antes da final da Liga dos Campeões de 2020, entre os dois emblemas, na primeira final entre ambos na maior competição de clubes de África.
"Defrontei 23 vezes o Zamalek nesse estádio, que levava 100 mil pessoas [n.d.r. Estádio Internacional do Cairo comporta 76 mil desde 2006] e já estava cheio três horas antes do jogo. É claramente o maior dérbi de África", adianta.
Foi com Manuel José que o gigante Al Ahly acordou para vencer sem parar. O português comandou os 'diabos vermelhos' para um domínio sem precedentes na história do futebol africano. Mas, mais que vencer a Champions africana, importante era ganhar ao Zamalek.
"Quando fui para lá, em 2001, há 14 anos que o Al-Ahly não ganhava uma prova continental. A Liga dos Campeões não tinha importância nenhuma para eles, apenas ganhar a Liga egípcia e ao Zamalek. Não fui logo campeão. Venci a 'Champions' e uma inédita Supertaça africana, mas parecia que tinha ganhado um jogo de bilhar", recorda Manuel José à Lusa.
Os embates entre duas instituições centenárias extravasam os limites geográficos do Cairo, cuja área metropolitana concentra quase 21 milhões de pessoas, e lideram audiências na diáspora árabe.
"Quando lá estive, os jornais desportivos tinham três edições diárias. 60% da imprensa escrita só falava dos dois clubes por causa desta rivalidade saudável. O Egito praticamente pára quando um joga contra o outro", recorda o técnico.
Al Ahly vs Zamalek: o clube do povo é quem mais ordena
Estas duas formações já se defrontaram em 241 ocasiões (entre amigáveis e jogos oficiais), o último dos quais a 20 de maio de 2021 (1-1), com vantagem para o Al Ahly, que venceu 104 jogos e marcou 335 golos, contra 58 triunfos do Zamalek (244 golos). O duelo entre estes dois gigantes terminou empatado em 79 ocasiões.
O primeiro grande jogo entre ambos aconteceu em 1944, quando o Zamalek, então Farouk Club, goleou o Al Ahly por 6-0 na final da Taça, naquela que é a maior goleada de sempre na história desde dérbi em finais. Dois anos antes, o Zamalek tinha vencido o Al Ahly pelo mesmo resultado.
Quando, em 1964-65, a Confederação Africana de Futebol criou a Liga dos Campeões de África, Zamalek e Al Ahly passaram a ter mais um palco de confrontos pela hegemonia do futebol egípcio. Mas só a partir de 1980 estes dois gigantes começaram a vencer a tão desejada Liga dos Campeões Africanos. Apesar disso, apenas por uma vez mediram forças na final em 56 edições da maior prova africana de clubes.
A 27 de novembro de 2020, o Al Ahly derrotou o Zamalek, treinado pelo português Jaime Pacheco por 2-1 e sagrou-se campeão africano pela 9.ª vez, estendendo ainda mais o seu domínio na prova. A final foi disputada sem adeptos das duas equipas devido a pandemia de COVID-19. Este foi o 9.º embate entre ambos na prova maior do futebol africano, com larga vantagem dos 'diabos vermelhos', que nunca perderam (seis vitórias e três empates). O Zamalek (segundo com mais títulos, a par do TP Mazembe), vencedor da Champions Africana em cinco ocasiões (1984, 1986, 1993, 1996 e 2002), voltaria a perder para o rival de sempre.
A inédita final da Champions africana merecia os fervorosos adeptos das equipas nas bancadas, mas a pandemia de COVID-19 'roubou' a alma ao confronto mais aguardado de sempre no Estádio Internacional do Cairo.
"Defrontei 23 vezes o Zamalek nesse estádio, que levava 100 mil pessoas [comporta 76 mil desde 2006] e já estava cheio três horas antes do jogo. É claramente o maior dérbi de África, mas a pandemia não deixava ninguém ir assistir. Ia ser uma final intramuros sem nada, mas de tremenda relevância no exterior, nas redes sociais e na imprensa", frisou Manuel José.
Antes desta inédita final na Champions Africana, os dois emblemas tinham-se encontrado pela primeira vez em provas da CAF em 1994, na Supertaça Africana, ganha pelo Zamalek por 1-0, numa final disputada na África do Sul, por questões de segurança.
A Liga dos Campeões não tinha importância nenhuma para eles, apenas ganhar a Liga egípcia e ao Zamalek. Venci a 'Champions' e uma inédita Supertaça africana, mas parecia que tinha ganhado um jogo de bilhar
A nível oficial, são 218 jogos, com 93 vitórias do Al Ahly, 50 do Zamalek e 75 empates.
Com o passar dos anos, estes dois colossos foram assumindo o seu protagonismo no futebol egípcio e lançando as bases para uma rivalidade sem precedentes. Entre 1922 e 1947, Zamalek e Al Ahly disputaram 22 das 26 finais da Taça do Egipto.
Em 1948-49 é lançado o primeiro campeonato egípcio de futebol, ganho pelo Al Ahly, que iria levar a cabo uma sequência de nove triunfos consecutivos na prova. Só na época 1959-60 o Zamalek ganhou o seu primeiro campeonato. Dos 66 clubes que disputaram a liga egípcia desde a sua criação, apenas Zamalek e Al Ahly estiveram em todas as edições.
A nível de títulos, o Al Ahly tem mais do dobro do rival. São 106: 40 Campeonatos do Egipto, 36 Taças do Egipto, 10 Supertaças do Egipto, nove Liga dos Campeões Africanos, seis Supertaças Africanas, quatro Recopas da CAF, uma Taça das Confederações Africanas.
O Zamalek conta com 12 Campeonatos do Egipto, 26 Taças do Egipto, três Supertaças do Egipto, cinco Ligas dos Campeões Africanos, uma Supertaça de África, três Supertaças da CAF.
O único momento em que a rivalidade é colocada de parte é quando joga seleção egípcia. São momentos em que todos festejam as defesas do guarda-redes Mohamed El-Shennawy (Al Ahly), os cortes de Mahmoud El-Wensh (Zamalek), os passes de Ahmed Sayed Zizo (Zamalek) e os golos de Mohamed Sherif (Al Ahly).
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