Testar intensivamente todos os jogadores e técnicos das equipas de futebol para a COVID-19 é a ‘receita’ dos principais campeonatos europeus para o regresso aos treinos e competição, que parece estar cada vez mais próximo.
Com exceção de Inglaterra, onde ainda não há sequer uma data ‘alvo’ para retomar a atividade desportiva, todos os países das cinco principais Ligas europeias – Espanha, Inglaterra, Alemanha, Itália e França – revelaram na última semana os seus planos tendo em vista a conclusão dos respetivos campeonatos, nos quais o elemento em comum é a bateria de testes de deteção da doença em várias fases do processo de treinos e competição.
Em Inglaterra, apesar de não haver qualquer previsão de regresso do futebol, os testes sistemáticos estão entre as várias medidas que vão sendo mencionadas para permitir o retorno da ‘Premier League’, enquanto na Alemanha será também atribuído um ‘agente de protocolo’ a cada equipa.
“Quando as pessoas se conhecem bem umas às outras, podem perder a noção do distanciamento necessário [para se protegerem do vírus]”, justificou Barbara Gärtner, médica conselheira da ‘Bundesliga’, prova que será, previsivelmente, a primeira a retomar o calendário competitivo já em 09 de maio, com testes previstos antes e no final de cada encontro, se as autoridades locais derem o seu aval.
Em Itália, o país europeu mais afetado pela pandemia, o protocolo apresentado pela federação ao governo contempla três a quatro dias inteiramente dedicado a testes aos jogadores, que incluirão medição de temperatura, um teste de diagnóstico rápido, que será repetido após 24 horas, testes serológicos (se disponíveis) e ainda análises ao sangue.
A bateria de testes permitirá dividir os jogadores do ‘Calcio’ em três grupos: um de atletas que não foram infetados e dois com aqueles que tiveram contacto com a doença, separados de acordo com os sintomas que apresentaram. Estes últimos dois grupos serão sujeitos a exames adicionais, tais como ultrassons cardíacos e eletrocardiogramas de esforço.
Em França, que aponta para um levantamento gradual das medidas gerais de confinamento a partir de 11 de maio, o protocolo elaborado pela Liga prevê uma revisão médica completa, com testes de cardiologia, virologia e psicologia, além de testes de diagnóstico da doença e um acompanhamento médico diário com contornos a especificar no final deste mês.
No entanto, o vice-presidente do sindicato dos jogadores, Philippe Piat, manifestou preocupação com a disponibilidade de testes, que devem ser “feitos a toda a gente”. Além disso, testar os futebolistas implicará alterações à estratégia governamental, que limita a aplicação de testes apenas aos casos suspeitos.
O mesmo poderá acontecer em Espanha, uma vez que o Ministério da Saúde desaconselhou testes massivos para detetar a COVID-19 a quem não apresente sintomas, colocando em causa os planos de ‘La Liga’.
Segundo o projeto inicial espanhol, que apontava para o regresso aos treinos em 04 ou 11 de maio, os jogadores começariam a realizar testes de monitorização do novo coronavírus já na terça-feira e estes prolongar-se-iam pelas três fases de preparação previstas.
Depois de um período de treinos individuais, os jogadores da ‘La Liga’ seriam autorizados a treinarem-se em pequenos grupos, sob medidas de prevenção bastante restritivas, antes de poderem, finalmente, concentrar-se em equipa num hotel ou centro de treinos.
Já em Portugal, as condições para o regresso das competições de futebol, suspensas devido à pandemia COVID-19, começaram a ser avaliadas na sexta-feira, na primeira reunião entre Governo e Federação Portuguesa de Futebol (FPF), disse à Lusa fonte ligada ao processo.
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