A Associação Europeia de Clubes (ECA) sublinhou, esta quinta-feira, que a decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) “não valida de nenhuma forma o projeto da Superliga” de futebol.
O TJUE considerou hoje contrária à legislação europeia a decisão da FIFA e da UEFA de proibir futebolistas e clubes de participarem em competições privadas, tal como a Superliga proposta em 18 de abril de 2021.
Um cenário que a ECA, organismo que conta com cerca de 500 clubes, diz não significar um respaldo à Superliga, acrescentando que “o futebol está mais unido do que nunca contra as intenções de poucos indivíduos que perseguem agendas pessoais”.
“Desde que foi apresentado há dois anos, foram efetuadas importantes reformas na governação do ecossistema do futebol europeu e em todo o mundo, incluindo novas regras da UEFA na autorização prévia de competição e, em particular, de reformas ao abrigo do memorando de entendimento da ECA e da ‘joint venture’ da ECA com a UEFA e FIFA”, adiantou o organismo.
Para a associação, presidida por Nasser Al-Khelaïfi, presidente do Paris Saint-Germain, o futebol mundial deu importantes passos no que diz respeito a reformas, desde a intenção da Superliga, e que existe uma grande união.
A ECA assegura que “continuará a trabalhar com a UEFA e com a FIFA, e com todas as partes interessadas reconhecidas do futebol, para o desenvolvimento do jogo (…) baseando-se nos princípios da igualdade desportiva e solidariedade genuínas”.
A reação da associação acontece depois de o mais alto órgão administrativo da UE considerar que a UEFA e a FIFA abusaram da sua "posição dominante" na sua ação contra a criação da controversa Superliga de futebol.
Real Madrid e FC Barcelona são os resistentes entre os 15 fundadores do projeto original – apesar de só terem sido revelados 12 -, que preconizava uma competição com 20 clubes.
O projeto de competição privado e fechado tinha sido lançado em abril de 2021, mas ruiu em apenas 48 horas, perante a oposição proveniente de diversos quadrantes, desde as estruturas da modalidade até aos governos nacionais, passando pelos próprios adeptos.
Em outubro de 2022, foi criada a empresa A22, promotora do projeto, que continua a ser apoiado pelos espanhóis do FC Barcelona e do Real Madrid e os italianos da Juventus, enquanto os outros nove de 12 clubes fundadores já desistiram de uma futura Superliga.
O plano regressou em fevereiro de 2023, sob novos princípios e um modelo com 60 a 80 clubes, que fosse aberto, sem membros permanentes e alicerçado no mérito desportivo.
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