Assinala-se esta sexta-feira oito anos da morte de Robert Enke, guarda-redes que representou o Benfica no início do século. Per Mertesacker homenageou o guarda-redes alemão, que se suicidou a 10 de novembro de 2009,  numa carta publicada na fundação com o nome do malogrado jogador.

"Quando chegava ao hotel para um jogo internacional havia duas coisas que tinha de fazer: o check-in e ligar ao Robert. 'Já aqui estás? Acabo de chegar. Vens aqui ao quarto? E uns minutos depois sentávamo-nos juntos e falávamos sobre tudo o que nos vinha à cabeça', conta o jogador do Arsenal, que partilha ainda como conheceu o guarda-redes.

"Entrou no balneário do Hannover 96, no verão de 2004, e cumprimentou-me: 'Olá, tu és o Per.' Ele vinha de Espanha, do Barcelona, e desde o início tive a impressão de que gostava de mim. Deu-me ânimo, fez com que eu desse conta das minhas qualidades. Às vezes, um jovem inseguro de 19 anos não as vê. Ele deu-me confiança', acrescenta.

Na carta, Mertesacker reflete sobre a depressão que tomou conta de Robert Enke, levando ao suicídio do ex-jogador do Benfica.

"É preciso deixar claro que as pessoas afetadas por ela não são fracas. Também pode atingir os mais fortes como Robert porque, como o cancro, é apenas uma doença", disse.

"A notícia da morte de Enke foi um golpe muito duro para mim. Como era possível que estivesse tão doente que pudesse terminar com a própria vida? Aprendi que a ocultação é síndrome da depressão. Quando as pessoas estão extremamente deprimidas, muitas delas parecem querer esconder, esconder. Creio que Robert passou a maior parte da vida do jeito que eu o conheci: racional, de felicidade tranquila, saudável. Como a maioria dos que a sofrem, a depressão atingiu-o em curtos períodos da vida. Com a sua morte, o Robert deu-nos deu a tarefa de combater a doença mental melhor", concluiu.