O selecionador português feminino de futebol, Francisco Neto, apontou hoje que os erros cometidos na Liga das Nações fazem parte do crescimento da equipa, que tem de percorrer um caminho audaz para permanecer na elite europeia.
“A forma como esta equipa tem competido na Liga das Nações tem de deixar todos os portugueses orgulhosos. Tirando este último jogo, fomos sempre muito competitivos e queremos voltar a esse registo. Estamos a chegar à primeira divisão e a aprender com os erros. Ao mínimo erro temos sofrido com isso, mas isso também faz parte do nosso crescimento. Só chegámos aqui porque jogámos muitas vezes com as melhores, e só continuaremos a ser melhores se continuarmos a competir com as maiores. Aconteça o que acontecer, Portugal é uma equipa que se quer afirmar nesta divisão”, sublinhou.
Francisco Neto falou aos jornalistas em antevisão ao embate com a França, da sexta e última jornada do Grupo A2 da Liga das Nações, para o qual as gaulesas vão já com o apuramento para a ‘final four’ assegurado e as lusas estão em risco de despromoção.
“Temos desafiado as jogadoras a não terem medo, ter coragem e assumir o jogo mais alto, mas isso leva-nos a cometer outros erros, pois damos espaços que, no passado, não permitíamos. Temos de expor as nossas jogadoras. Foi essa a ideia que já levámos para o Campeonato do Mundo e não pode haver um passo atrás”, entendeu o técnico.
Com a adversária já qualificada e sem grandes objetivos, Francisco Neto acredita que poderá existir alguma rotatividade nas gaulesas, mas salientou que isso pode constituir uma ameaça, dado que as jogadoras com menos minutos quererão mostrar qualidade.
“O treinador da França não tem alterado muito o seu ‘onze’, mas acredito que amanhã [terça-feira] haja alguma rotatividade. Quando muita gente vê isso como baixar o nível, acho que é uma ameaça, pois as jogadoras com menos minutos vão ter oportunidade de mostrar a sua qualidade. As alterações podem tornar a França mais perigosa, porque teremos menos referências e isso torna o jogo mais imprevisível, mas também as jogadoras vão querer marcar posição. Em agosto, terão os Jogos Olímpicos em casa, e de certeza que quererão fazer parte desse plantel”, expressou o selecionador, no cargo há nove anos.
Já a defesa central Carole Costa, que também marcou presença na antevisão à partida, afirmou que Portugal foi a seleção que, neste grupo, “criou mais problemas à França” e é isso que pretendem fazer no segundo confronto, apesar da qualidade das gaulesas.
“Não esperamos facilidades do outro lado. A França tem jogadoras muito competitivas e com muita qualidade, a jogar nos melhores campeonatos. Também temos as nossas ‘armas’ e, com a nossa união, certamente as coisas vão correr bem para o nosso lado, porque também merecemos” avaliou a internacional portuguesa, que atua no Benfica.
A equipa das ‘quinas’ é última classificada do Grupo A2, com três pontos, em risco de ser despromovida à Liga B da competição, pois um triunfo frente à poderosa França pode não ser suficiente, estando dependente de uma derrota da Noruega na Áustria.
A França lidera o agrupamento e já garantiu mesmo a qualificação para a ‘final four’ da Liga das Nações, com 13 pontos, seguindo-se a Áustria, com sete. A Noruega tem cinco e ocupa o terceiro posto, de acesso a um play-off de manutenção no primeiro escalão.
O duelo entre Portugal e França realiza-se no Estádio Municipal Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria, pelas 18:15 de terça-feira, com arbitragem da macedónia Ivana Projkovska.
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