A seleção portuguesa feminina de futebol sub-17 marca presença pela segunda vez na história num campeonato da Europa deste escalão e quer aliar a competitividade à “ousadia” de sonhar chegar de forma inédita às meias-finais.
Na prova que decorre na Bulgária entre os dias 05 e 17 de maio, as jovens portuguesas, lideradas pelo selecionador José Paisana, vão disputar o grupo A, no qual estão também presentes a seleção anfitriã, a Dinamarca e a Espanha, atual campeã europeia e mundial. A equipa das 'quinas’ espera demonstrar que o apuramento não foi obra do acaso, depois da estreia na competição da UEFA em 2013.
“O nosso sonho nasceu em agosto, quando começámos a trabalhar com as jogadoras. Esse sonho foi sendo alimentado com a sua competência, a qualidade, o respeito pelo trabalho e, naturalmente, vamos com o pensamento do passo seguinte: chegar às meias-finais. Isto está na nossa mente, obviamente, mas sabemos que é uma ousadia. O nosso sonho é realmente esse: sermos competitivos e chegarmos às meias-finais”, afirma o técnico português.
Em declarações à agência Lusa, José Paisana admite que as jogadoras podem manifestar essa ousadia pela “competência, pela forma de estar, pela ambição e pelo seu gosto de aprender”, mas não deixa de lembrar que a equipa tem “os pés assentes no chão” e que o mais importante é “ser competitivo” perante os desafios colocados por um campeonato da Europa.
“A adversidade da competição vai fazer-nos sofrer, mas queremos ter a ambição de disputar o jogo e a equipa estar confiante, sendo capaz de perceber o que é estar numa dimensão de um campeonato da Europa”, explica, sublinhando: “Queremos consolidar o nosso jogo no Europeu e mostrar porque é que chegámos aqui, a competência das jogadoras, a sua inteligência e a sua organização."
A mensagem de preparação “jogo a jogo” é algo já absolutamente enraizado na equipa feminina sub-17, tal como a tónica no respeito pelas adversárias e a defesa da sua matriz de jogo. No entanto, José Paisana reconhece um peso ‘especial’ sobre a seleção para a partida de estreia, diante da congénere búlgara, agendada para domingo (12:00), em Dobrich.
“A Bulgária vai jogar em casa, é uma equipa que vai jogar sem fadiga nenhuma e as jogadoras vão fazer desse jogo o jogo das suas vidas, porque está tudo em aberto. O primeiro jogo é muito difícil para nós, porque o adversário vai aborrecer-nos muito e vai ser agressivo. É uma equipa que sabe defender bem, sabe fechar espaços e vai ser difícil”, sintetiza.
Com o futebol feminino em ascensão em Portugal, num crescimento que teve a participação da seleção principal no Europeu de 2017 como expoente máximo, as jovens Bárbara Lopes (17 anos) e Lara Pintassilgo (16 anos) representam uma nova geração que cresce com condições superiores para se afirmar e que já não esconde o desejo de contribuir desde cedo para este desenvolvimento.
“Ninguém estava à espera [que chegássemos à fase final do Europeu], porque somos Portugal e somos teoricamente mais pequeninas, mas mostrámos o contrário e vamos entrar com toda a força no Europeu”, atira Bárbara Lopes, médio do Sporting, sem esconder a vontade de “jogar à Portugal”, com “garra e sentimento de união”.
Por sua vez, Lara Pintassilgo, atacante do Benfica, subscreve também a ideia que o “futebol feminino está no auge” e que é um privilégio integrar uma “geração que está a desenvolver-se”, confidenciando a esperança de repetir a façanha dos sub-17 masculinos em 2016, quando ergueram o troféu de campeões europeus.
“Sonhar, sonhamos sempre. Sabemos que é difícil, mas é claro que sonhamos. Tal como sonhámos ir a um Europeu, uma coisa que não era muito normal e aconteceu”, sentencia.
A seleção portuguesa entra em ação neste domingo, às 12:00, diante da Bulgária, efetua o segundo jogo contra a Dinamarca na quarta-feira (08), às 12:00, em Albena, e termina o grupo A com a Espanha, no dia 11, às 09:30, em Dobrich. Já o grupo B é composto pelas seleções de Inglaterra, Alemanha, Áustria e Holanda.
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