O futebol feminino continua a crescer em todo o mundo. É essa a conclusão de um estudo apresentado esta semana pelo CIES, Observatório para o Futebol, que mostra que a internacionalização do mercado do mesmo é já uma realidade, na medida em que quase metade do total de minutos disputados pelos oito clubes presentas nos quartos-de-final da edição desta época da Liga dos Campeões feminina foram jogados por futebolistas estrangeiras.
O destaque, neste campo, vai para os emblemas londrinos Arsenal e Chelsea, respetivamente com 83,2% e 74,5% do total de minutos jogados pelas respetivas equipas na prova a pertencerem a futebolistas vindas de fora de Inglaterra.
O estudo vai mais além e olha para as Ligas femininas dos oito clubes que atingiram os quartos-de-final da Champions feminina (as primeiras divisões da Inglaterra, Alemanha, França, Espanha e Itália), e mostra que, aí, a percentagem de minutos jogados por jogadoras estrangeiras é superior a 30%:
Curiosamente, ou não, esses países também são aqueles cujas Ligas masculinas apresentam maior o sucesso a nível europeu, figurando nos cinco primeiros lugares do ranking da UEFA, o que de acordo com o estudo do CIES reflete a tomada de poder de clubes e países dominantes no futebol masculino também no futebol feminino.
Os Estados Unidos, bicampeões mundiais de futebol feminino, que apesar de terem no seu país a competitiva NWSL (Liga norte-americana de futebol feminino), são - aqui ao contrário do que acontece no futebol masculino - o país que mais futebolistas (77) exporta para as dez principais Ligas de futebol feminino, mostra o mesmo estudo. Seguem-se Suécia (48 futebolistas) e Dinamarca (45).
O estudo mostra ainda que a média de idades das jogadoras em campo nos quartas-de-final da Liga dos Campeões feminina da UEFA é superior à observada nos respetivos campeonatos nacionais dos clubes presentes nessa etapa da prova europeia. Os valores variam de 26,0 anos do Bayern de Munique e os 27,6 do Chelsea, sendo que a média de idades da Bundesliga feminina é de 24,7 anos e na Premier League feminina é de 26,9.
O estudo mostra que as futebolistas com menos de 23 anos representaram apenas 16,8% dos minutos jogados pelos participantes nos quartos-de-final da Champions feminina. Uma constatação que, segundo o CIES, reflete a dificuldade das jovens em se firmarem nos principais clubes europeus.
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