A centrocampista Dolores Silva, de 30 anos, assumiu a herança da braçadeira de capitã da seleção portuguesa de futebol feminino como uma “grande responsabilidade”, após a retirada de Cláudia Neto, sem esconder o seu “orgulho”.
“É sempre uma grande responsabilidade. A Cláudia foi uma grande capitã, uma grande jogadora que deu muito à nossa seleção e estamos gratas por isso. Claro que receber a braçadeira é sempre um motivo de orgulho, ainda para mais porque é o meu país”, afirmou a internacional portuguesa aos jornalistas, na Cidade do Futebol, em Oeiras, para a dupla jornada de apuramento para o Mundial2023.
Com 124 internacionalizações por Portugal, Dolores Silva enfatizou “a responsabilidade, o compromisso e o poder ajudar ainda mais as colegas” dentro e fora de campo com a sua experiência, apesar de afiançar que o novo estatuto não alterou o seu comportamento, uma vez que já tinha recebido essa confiança em algumas ocasiões anteriormente.
O arranque da qualificação para o campeonato do mundo, que vai ser disputado na Austrália e na Nova Zelândia, está marcado para a próxima quinta-feira, frente à Turquia, que ocupa o 69.º posto no ‘ranking’ mundial. Embora a equipa das ‘quinas’ esteja consideravelmente mais cotada na hierarquia feminina, detendo atualmente o 30.º lugar, a capitã da seleção descarta facilidades, tal como diante de Israel, com quem Portugal vai jogar no dia 19.
“São dois adversários que nos vão complicar a vida, porque têm vindo a crescer nos últimos anos. É uma qualificação e, como é óbvio, todas as equipas querem estar ao mais alto nível e competir da melhor maneira possível. Sabemos que são duas equipas que nos vão criar diversas adversidades e ainda para mais jogando fora”, salientou, admitindo, porém, que “na teoria, a Turquia talvez possa ser mais complicada”.
Portugal nunca esteve presente num Mundial de futebol feminino e terá de lutar pelo apuramento inédito num Grupo H que inclui ainda Sérvia, Bulgária e a poderosa Alemanha, terceira no ‘ranking’ FIFA.
Dolores Silva reconheceu estar ciente das dificuldades, mas lembrou que “não há impossíveis” no futebol, num apuramento apenas direto para os primeiros classificados e com os nove segundos classificados a disputarem um ‘play-off’ em duas rondas.
“Tudo é possível e eu acredito na nossa seleção. Sabemos que vai ser muito difícil, porque temos a Alemanha, que é uma grande potência do futebol feminino e que, curiosamente, nos últimos anos foi a única seleção de topo que não defrontámos. Mas este apuramento para o Mundial abre mais vagas e vamos agarrar-nos com tudo a essas possibilidades e sempre focadas jogo após jogo, encarando cada um como uma final para atingir os objetivos: representar Portugal da melhor maneira e levar Portugal onde merece”, referiu.
A seleção comandada por Francisco Neto volta a treinar duas vezes este domingo, às 10:30 e 18:00, na Cidade do Futebol, e segue viagem para Istambul na segunda-feira.
O encontro entre Portugal e Turquia, a contar para a primeira jornada do grupo H de apuramento para o Mundial2023, está marcado para quinta-feira às 19:00 locais (17:00 horas em Lisboa).
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