As redes sociais conseguem ser muito cruéis e Emanuela Rusta, árbitra que esta quinta-feira vai apitar  o Sporting-Real Madrid, na Liga dos Campeões feminina, sentiu isso na pele. A albanesa sentiu-se na obrigação de encerrar a sua conta de Instagram devido aos vários comentários machistas que ia recebendo.

Isto incomoda particularmente Rusta, que não quer que a validade do seu trabalho seja confundida com a sua aparência. "Deviam centrar-se mais no meu profissionalismo do que no resto das coisas. Tenho de lutar muito para ser aceite", contou Emanuela, desgastada por ser catalogada como "a árbitra sexy que faz subir a temperatura".

Para a árbitra, o ser homem ou mulher é completamente irrelevante, sendo que na sua opinião um profissional de qualidade tem de ter outras competências. "A arbitragem não é uma questão de género, mas sim de competência. Para tomar boas decisões é preciso conhecer perfeitamente as regras do jogo, mas também é necessário uma boa condição física e grande capacidade de concentração", explicou.

Emanuela Rusta foi a primeira árbitra a apitar um jogo da Superliga albanesa e é a primeira do país a ser internacional, tudo isso enquanto é professora de Educação Física. Aos 30 anos, acredita que o caminho para a igualdade é possível de ser percorrido e já tem um objetivo que seria uma pedra importante na cimentação desta via.

"Espero que não esteja longe o dia em que seremos quatro mulheres a arbitrar um jogo na máxima competição masculina. Embora seja um ambiente predominantemente masculino, sinto-me respeitada e apreciada pelo trabalho que faço em campo. Desde que consideres uma relação profissional, sejas correta, objetiva e dedicada, não faltará ajuda dos companheiros nem da associação", concluiu.