O técnico do Manchester City, Pep Guardiola, afirmou hoje que Jürgen Klopp foi o “melhor rival” que encontrou na sua vida de treinador, no dia em que o alemão anunciou que vai abandonar o Liverpool no final da época.
“Foi o melhor rival que tive na minha vida como treinador. A Premier League vai sentir falta dele, da sua personalidade carismática e da forma como a sua equipa joga. Desejo-lhe o melhor. O futebol precisa de treinadores e personalidades como ele”, disse Pep Guardiola, após o triunfo sobre o Tottenham (1-0), para a Taça de Inglaterra.
O treinador espanhol defrontou Klopp em Inglaterra, mas também na Alemanha, quando era técnico do Bayern Munique e Klopp orientava o Borussia Dortmund.
“É claro que sentirei a falta dele. Fiquei chocado com a notícia, como todo o mundo. Mas vou dormir melhor sabendo que não vou defrontá-lo”, brincou Guardiola.
Jürgen Klopp vai deixar o comando técnico do Liverpool no final desta temporada, após nove épocas no clube da Liga inglesa de futebol, anunciou o próprio treinador num vídeo divulgado no site oficial dos ‘reds’.
“Vou deixar o clube no final da temporada”, começou por dizer Klopp na entrevista publicada pelo Liverpool, admitindo que pode ser “um choque para muitas pessoas” a decisão de abandonar o emblema de Anfield Road, ao qual está contratualmente ligado até 2026, após ter chegado a Inglaterra em 2015.
Apesar de revelar o seu “amor” pelo clube, pela cidade, pelos adeptos, pela equipa, pelo staff, o ‘excêntrico’ técnico germânico, de 56 anos, confessou que está “a ficar sem energia” para continuar no cargo.
“Estou a ficar sem energia. Obviamente que não tenho qualquer problema neste momento e já sabia que, algum dia, teria de fazer este anúncio, mas estou perfeitamente bem neste momento. Simplesmente sei que não consigo continuar a desempenhar este cargo ano após ano, após ano, após ano, consecutivamente”, referiu.
Klopp revelou que esta decisão foi comunicada aos proprietários do Liverpool em novembro do ano passado: “Quando nos sentámos a pensar na próxima época, a discutir eventuais contratações, o local do estágio, pensei para mim mesmo naquele momento ‘não tenho a certeza se estarei aqui nessa altura’ e fiquei surpreendido comigo mesmo. E comecei a pensar nessa possibilidade”.
Lembrando que “a época passada foi extremamente difícil”, com o Liverpool a terminar a Premier League em quinto lugar e a ficar fora da Liga dos Campeões, Klopp elogiou o comportamento dos dirigentes do clube, que poderiam “ter preferido terminar a ligação naquela altura”, mas mantiveram-no à frente dos ‘reds’.
“Não é o que eu quero fazer, mas acredito que é a decisão mais correta a tomar”, disse o treinador, recusando-se a pensar em despedidas neste momento, tendo em conta que a equipa em que alinha o português Diogo Jota ainda está envolvida na luta por vários troféus, entre os quais a Premier League, em que ocupa a liderança.
O técnico acrescentou ainda que vai fazer, pelo menos, um ano sabático, referindo que em Inglaterra não vai treinar nenhuma equipa sem ser os ‘reds’.
“O que eu sei é que nunca vou treinar um clube diferente em Inglaterra, isso não é possível. Acredito que vou encontrar alguma coisa para fazer, mas não vou orientar uma equipa ou uma seleção pelo menos durante um ano”, salientou.
Jürgen Klopp está a cumprir a nona temporada ao comando do Liverpool, depois de ter chegado a Anfield Road em outubro de 2015, na altura para substituir o norte-irlandês Brendan Rodgers, tendo neste período vencido uma Liga inglesa, um Taça de Inglaterra, uma Taça da Liga inglesa, uma Supertaça de Inglaterra, uma Liga dos Campeões, um Mundial de clubes e uma Supertaça europeia.
É o quarto treinador com mais jogos realizados na história do Liverpool, com 466, sendo apenas superado pelas ‘lendas’ Bill Shankly (783), Tom Watson (742) e Bob Paisley (535).
De resto, em 23 anos de carreira como treinador, Klopp apenas conheceu três clubes, começando no ‘banco’ do Mainz, em que tinha ‘pendurado as chuteiras’, em 2001, ali passando sete anos, o mesmo período de tempo em que orientou o Borussia Dortmund, de 2008 a 2015.
Em Dortmund, conheceu os seus primeiros êxitos, vencendo a Bundesliga por duas vezes seguidas e interrompendo a hegemonia do Bayern Munique (em 2010/11 e 2011/12).
Pelo Borussia, arrecadou ainda três supertaças da Alemanha e uma Taça germânica, além de ter atingido a final da Liga dos Campeões em 2012/13 - em que perdeu precisamente para os bávaros -, liderando uma equipa em que pontificavam jogadores como Mats Hummels, Sebastien Kehl, Sven Bender, Ilkay Gündogan, Nuri Sahin, Ivan Perisic, Kevin Grosskreutz, Marco Reus e o ‘inevitável’ Robert Lewandowski.
Com menos de cinco meses para o final da presente época, o Liverpool lidera a Premier League, com cinco pontos de vantagem para o segundo classificado, Manchester City, vai disputar a final da Taça da Liga inglesa com o Chelsea, em fevereiro, e está nos oitavos de final da Liga Europa, bem como nos 16 avos de final da Taça de Inglaterra.
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