A Inglaterra sagrou-se campeã da Europa em futebol feminino pela primeira vez, ao bater a Alemanha na final por 2-1, após prolongamento, em Wembley. É o primeiro título das leoas, depois da final perdida em 2017 diante dos Países Baixos. A Alemanha falha o seu nono título, numa prova onde é recordista.
Depois de levar os Países Baixos ao título europeu, Sarina Wiegman mostra porque é uma das melhores selecionadoras do mundo e conduz a Inglaterra ao seu primeiro título no europeu feminino.
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Entre a um lugar na história e o cimentar do domínio
Comecemos por quem ocupou os lugares em Wembley. 87.192 espetadores estabeleceram um recorde num Europeu feminino, numa festa do futebol que vai ficar para a história, pelos muitos recordes que proporcionou. Mais do que isso, este jogo passa a ser o mais visto de sempre na história dos europeus masculino e feminino, porque superou os 79.115 da final do Europeu masculino de 1964, entre Espanha e União Soviética, no estádio Santiago Bernabéu, em Madrid.
Na final, as duas melhores seleções da prova, que lograram vitórias em todos os jogos realizados: a Inglaterra com 20-1 a favor em golos. A Alemanha, com 13-1.
Empurrado por um público entusiasta que tem carregado a seleção inglesa, as 'leoas' entraram em campo com o um ligeiro favoritismo, pelo facto de jogar em casa. Mas pela frente estava a Alemanha, vencedora de oito das 12 edições do Europeu de futebol feminino.
As inglesas queriam vingar 2009, quando perderam a final desta prova para esta mesma Alemanha, por uns esclarecedores 6-2 na Finlândia, naquela que é a mais desequilibrada final da história da competição. Para a Alemanha o objetivo era o nono título (depois de de 1989, 1991, 1995, 1997, 2001, 2005, 2009 e 2013), o sétimo nas últimas oito edições, depois do ‘adeus’ nos ‘quartos’ em 2017, derrotado pela Dinamarca (1-2).
No ar, um 'cheirinho' a vingança, neste que é também um dos clássicos do futebol mundial.
Toone: do banco para uma 'chapelada' fantástica a fazer 'explodir' Wembley
A Inglaterra foi a primeira a criar perigo, aos quatro minutos, por White, mas foi a Alemanha a criar a primeira situação de golo, aos nove minutos. Valeu Lucy Bronze a cortar em cima da linha um remate de Dabritz, de pé esquerdo, na área.
Aos 26 minutos, novamente a Alemanha perto do golo. Na sequência de um canto na esquerda, a guarda-redes Earps toca ao de leve na bola, que sofre alguns ressaltos antes de Williamson afastar em cima da linha de golo. Valeu depois Earps a agarrar.
Só aos 39 minutos é que a Inglaterra conseguiu sacudir a pressão germânica, num lance onde ficou também perto de marcar, por White, com um remate à entrada da área.
Ao intervalo, a selecionadora alemã Martina Voss-Tecklenburg trocou Jule Brand por Tabea Wassmuth, uma mexida que trouxe uma nova dinâmica no ataque alemão. Logo aos 48 minutos, Wassmuth fez uma recarga na área mas a bola acabou nas mãos de Earps. Dois minutos depois, simulou bem na área, deixou a bola passar para Lina Magull, que rematou ligeiramente ao lado.
Sarina Wiegman mexeu na equipa da casa aos 56 minutos, com as entradas de Ella Toone e Alessia Russo nos lugares de Fran Kirby e Ellen White. E, da primeira vez que tocou na bola a sério, Toone fez um golaço. Passe fantástico de Keira Walsh de muito longe a isolar a avançada que correu para a área e fez um 'chapéu' a guarda-redes alemã, Frohms. Finalização fantástica da jogadora de 22 anos que atua no Manchester United.
A perder, a Alemanha cimentou ainda o domínio no encontro, perante uma Inglaterra que já olhava mais para os contra-ataques. Aos 66 minutos, Magul soltou uma 'bomba' de longe, Earps tocou ao de leve, desviando o esférico para os ferros. Tremeu tudo em Wembley.
Com Etonam Nicole Anyomi no lugar de Lea Schuller, aos 67 minutos, e Sydney Lohmann no posto de Sara Daebritz, aos 73, a Alemanha vai finalmente empatar aos 79 minutos. Grande trabalho ofensivo das germânicas, com Lohmann a meter em Wassmuth. Esta centrou rasteiro para Magull antecipar-se a defensiva inglesa e fazer o 1-1, num desvio ao primeiro poste.
O encontro terminou empatado a uma bola, pelo que a vencedora seria encontrada no prolongamento… ou nas grandes penalidades.
Mas não foi preciso chegar aos castigos máximos já que Sarina Wiegman voltou a tirar um 'coelho da cartola'. Kelly, que também foi lançado no decorrer do jogo, aproveitou um ressalto na área germânica após canto para desviar para golo. A jogadora ainda esperou pela árbitra, a ucraniana Kateryna Monzul, para ver se o golo tinha sido legal, antes de tirar a camisola e festejar com as colegas de equipa.
Até ao final, foi queimar tempo, segurar o resultado com unhas e dentes, com todas as armas possíveis, para a Inglaterra se sagrar campeã europeia de futebol feminino pela primeira vez.
A Inglaterra, duas vezes finalista vencida, tornou-se assim a quinta seleção a vencer o Europeu feminino, contrariando o favoritismo de Alemanha, vencedora por oito vezes da competição e até hoje invencível nas finais que disputou.
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