O selecionador da Geórgia, Willy Sagnol, negou de forma veemente, nesta terça-feira, que a escolha dos jogadores da sua equipa para o Euro2024 tenha sido influenciada pela controvérsia política sobre a lei da "influência estrangeira" na antiga União Soviética.
A lei entrou em vigor no início de junho, após semanas de protestos dos opositores ao partido governante 'Georgian Dream', num país que é candidato à adesão à União Europeia.
Questionado se o tempo de jogo de Budu Zivzivadze foi reduzido devido às suas críticas à lei, algo que os críticos dizem ser inspirada na legislação russa usada para reprimir a dissidência, o francês Sagnol descarregou um sermão desbocado dirigido aos repórteres presentes em Gelsenkirchen.
"É engraçado porque me lembro de há seis, sete meses atrás, em que fui insultado por muitas pessoas quando coloquei (o avançado Georges) Mikautadze no banco e quando deixei o Budu jogar", disse antes do importante jogo frente a Portugal, na quarta-feira, que decidirá o destino da Geórgia no Euro.
"Agora sou insultado, todos os dias, por algum idiota - e posso dizer, e digo de novo, idiota - porque não há absolutamente nenhuma razão futebolística. E não posso mais aceitar isso. Sou um treinador de futebol, não sou mais nada. Isso é claro para todos. Quem joga e quem não joga é uma decisão minha. É isso", afirmou.
Mais tarde acrescentou: "Se eu tivesse que ouvir cada um de vocês, teríamos que mudar as regras e jogar com 25 jogadores em campo".
De relembrar que a Geórgia somou um ponto nos dois primeiros jogos na estreia num grande torneio internacional, mas poderia ter feito mais depois de ter um desempenho acima das expectativas contra a Turquia e a Chéquia.
A equipa de Sagnol está na última posição do Grupo F, mas uma vitória sobre Portugal, que já garantiu o primeiro lugar, garantirá um lugar na fase a eliminar pelo menos como um dos quatro melhores terceiros classificados.
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