O presidente da RTP, Guilherme Costa, admitiu hoje que recebeu no passado sábado de manhã um telefonema de Miguel Relvas sobre a alegada contratação de Paulo Futre para comentar na televisão pública os jogos do Europeu de futebol.
«Fui alertado para esta questão por um telefonema ao fim da manhã de sábado do senhor ministro da tutela [Miguel Relvas]. Logo nessa altura eu tive a oportunidade de esclarecer o senhor ministro [adjunto e dos Assuntos Parlamentares] que esta hipótese podia ser desmentida», afirmou o presidente do conselho de administração da RTP.
A «hipótese» da notícia, avançada pelo Correio da Manhã, «poder ser desmentida» - explicou Guilherme Costa a Miguel Relvas – foi fundamentada no facto de ser «o conselho de administração [da RTP] que aprova quaisquer contratos que a RTP celebre» e o órgão de gestão da televisão pública «não tinha conhecimento de quaisquer propostas feitas ou a fazer ao Paulo Futre», explicou Guilherme Costa.
O gestor acrescentou, por outro lado, que apenas «hoje» tomou conhecimento de contatos entre responsáveis editoriais da RTP e Paulo Futre. «Na RTP há uma separação entre a área editorial e a área da gestão. E essa separação é definida por lei e é claramente assumida pelas administrações a que eu presidi. Sei hoje, e não sabia no sábado, que houve contatos por parte de alguns responsáveis editoriais com o Paulo Futre, não vou entrar em nenhum pormenor sobre esses contatos porque eles são de iniciativa dos responsáveis editoriais, como há dezenas de iniciativas destas por semana», declarou.
Em todo o caso, reiterou o gestor, ainda que a contratação estivesse a ser equacionada por responsáveis da RTP, «nunca existiu nenhuma proposta aprovada pelo conselho de administração, nem existiria nos moldes que foram anunciados», garantiu Guilherme Costa aos jornalistas, à margem do lançamento da RTP +, uma marca-chapéu que a empresa lançou hoje para enquadrar e promover as suas iniciativas de solidariedade e responsabilidade social.
Guilherme Costa repudiou ainda as notícias de alegadas pressões da tutela sobre a RTP em questões de caráter editorial. «Esse entusiasmo com as pressões da tutela, designadamente em matérias em que manifestamente o conselho de administração e a empresa estão de acordo, parece-me claramente excessiva», defendeu.
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