O árbitro português Artur Soares Dias sublinhou hoje que foi um “orgulho” a forma como se despediu do Europeu de futebol, depois de dirigir três partidas na competição que se disputa na Alemanha.
“Conseguir sair desta forma é um momento de orgulho. A representação de Portugal sempre foi o lema principal e, desta forma, consegui não defraudar quem quer que seja com a presença da equipa de arbitragem, que não sou só eu, mas um conjunto de árbitros”, garantiu o árbitro luso, à chegada ao Casino Figueira, na Figueira da Foz, onde decorre a II gala da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF).
Soares Dias, com os assistentes Paulo Soares e Pedro Ribeiro, mais Tiago Martins no vídeo-árbitro, apitou o embate Polónia-Países Baixos (1-2) da primeira jornada do Grupo D, o Dinamarca-Inglaterra (1-1), referente à segunda ronda do Grupo C, e também o duelo entre Áustria e Turquia (1-2), nos ‘oitavos’.
Sobre o desempenho na temporada 2023/24, a que se junta a final da Liga Conferência entre Olympiacos e Fiorentina, o juiz, de 44 anos, salientou ser o “culminar” de várias épocas.
“Diria que é o culminar não só desta época como de um conjunto de épocas. Para chegarmos a este nível, temos de passar por muitas épocas, por muitos jogos e desafios”, notou.
Artur Soares Dias antecipa um impacto positivo para o futuro da arbitragem portuguesa.
“Espero bem que haja mais árbitros. Para boa representação do nosso país, é bom que todos os árbitros que estão nas categorias inferiores – quer o João Pinheiro, o Luís Godinho, o António Nobre – sejam capazes de fazer vincar o nosso país com representação em certames deste nível”, disse, acrescentando que espera ser uma “inspiração” para todos os árbitros mais jovens, a quem deixou palavras de incentivo.
Sobre a jornada na Alemanha, onde decorre o Euro2024, Artur Soares Dias comparou, em tom de brincadeira, com o programa televisivo ‘Big Brother’, uma vez que, considera, “há nomeações para tudo”.
“Se repararem, também fui nomeado para vir embora. Neste caso, calharam três nomeações para ficar e uma para vir embora”, gracejou.
O árbitro luso garante não ter sentido nenhuma “mágoa” pela ‘nomeação’ para se despedir da competição.
“Mágoa nenhuma. Só satisfação e alegria. Sou uma pessoa muito feliz”, completou o árbitro luso, já depois de recordar que a evolução da arbitragem em Portugal vem de “há alguns anos”, de nomes como Pedro Proença, atual presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, e Olegário Benquerença terem conseguido “atingir patamares muito interessantes” e até superiores ao seu.
Artur Soares Dias e a restante equipa mereceram uma grande ovação no decorrer dos discursos da gala da APAF, onde foram reconhecidos os melhores árbitros e observadores, desde as categorias distritais até aos campeonatos profissionais, englobando as modalidades de futebol, futsal e futebol de praia.
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