Realiza-se este sábado, em Bucareste, a partir das 17h, o sorteio da fase final do Europeu de 2020, onde Portugal vai ficar a saber os primeiros adversários na defesa do título europeu conquistado em 2016 em Paris.
Pela primeira vez, existem seleções que já sabem alguns ou quase todos os adversários que vão encontrar na fase de grupos do Euro2020.
É o caso do grupo B, disputado em São Petersburgo e Copenhaga, que pela obrigação dos países com cidades anfitriãs jogarem em casa todos ou grande parte da fase de grupos coloca desde já a Rússia (pote 2) e a Dinamarca (pote 3) no grupo do único cabeça de série sem cidade anfitriã, a Bélgica.
Do pote 4 só duas seleções poderão ocupar a quarta vaga do grupo, entre Finlândia e País de Gales, isto porque nos 'playoffs' estão envolvidas seleções com cidades anfitriãs que têm já lugar definido em alguns dos grupos, caso vençam o 'playoff'.
Olhando agora para o caso português: Portugal sabe de antemão que não vai ficar no grupo B, uma vez que a Dinamarca, do mesmo pote da seleção nacional, já têm lugar garantido no mesmo. Assim das 24 equipas, sobram 21 possíveis adversários.
Olhamos para o ranking da FIFA - que de pouco vale dentro do relvado, mas é uma das 'ferramentas' que podemos usar para analisar a sorte ou o azar no sorteio da fase final do Euro2020 - e analisamos qual pode ser o grupo da 'morte' e o grupo da 'sorte' da seleção portuguesa (pelo menos teoricamente).
Grupo da 'morte': Grupo D
A melhor do ranking no pote 1, com a melhor do pote 2: é uma receita com a qual Portugal não deverá fazer particular questão de iniciar a defesa do título.
Do pote 1 sai a Inglaterra, a terceira melhor europeia e no quarto lugar do ranking geral da FIFA e lança Portugal para jogos no Reino Unido durante a fase de grupos com jogos em Londres (Wembley) e em Glasgow (Hampden Park).
O histórico entre a 'seleção das quinas' e a seleção dos 'três leões' é negativo para Portugal, que em 23 confrontos soma apenas três vitórias, com 10 empates e 10 vitórias inglesas. Contudo, se olharmos só para fases finais de grandes competições a situação mostra-se mais equilibrada: em cinco jogos em fases finais de Mundiais e Europeus, Portugal saiu vitorioso por duas ocasiões, registando dois empates e apenas uma derrota, no Mundial de 1966.
Do pote 2, sai nada mais nada menos que a França, a segunda melhor seleção do mundo e a atual campeã mundial e a vice-campeã do último Europeu.
Os confrontos diretos entre a atual campeã mundial e a atual campeã europeia caiem a favor de França, com 18 vitórias em 25 encontros entre as equipas. Portugal saiu vencedor em seis ocasiões e com um empate noutra.
Olhando para as fases finais de Euros e Mundiais, a balança continua a cair para o lado francês com três vitórias em quatro jogos e apenas uma vitória para Portugal, em 2016.
Com a Inglaterra no grupo, Portugal fica à espera do vencedor do 'playoff' do grupo C para ver o seu grupo completado. Entre Escócia, Noruega, Sérvia e Israel, em teoria, os mais difíceis serão o sérvios, adversários de Portugal na fase de apuramento e 29.ºs classificados no Ranking da FIFA.
Em seis jogos no histórico entre as duas equipas, Portugal nunca perdeu, somando três vitórias e três empates, o último na fase de apuramento para o Euro2020 a uma bola no Estádio da Luz.
Grupo D: Inglaterra, França, Portugal, Sérvia
Grupo da 'sorte': Grupo C
A 'pior' classificada do pote 1, a Ucrânia, traz consigo a Holanda do pote 2, devido ao impedimento da Ucrânia defrontar a Rússia na fase de grupos e ao facto de Amesterdão ser uma das cidades anfitriãs do grupo C (Amesterdão e Bucareste).
Assim sendo no grupo C, Portugal encontrava a Ucrânia, na posição número 24 do ranking FIFA, seleção para a qual perdeu o primeiro lugar do grupo de apuramento para o Europeu.
A Ucrânia, que apesar do histórico entre as duas equipas ser pouco (apenas quatro jogos), não perde com Portugal desde 1996, quando na fase de apuramento para o Mundial de 1998 perdeu por 1-0 no antigo Estádio das Antas, na única vitória portuguesa frente aos ucranianos. Desde aí as duas seleções só se voltaram a defrontar por duas vezes, já em 2019, com Portugal a empatar a zeros em casa em março e a sair derrotado de Kiev por 2-1 em outubro, no jogo que tirou a liderança à Seleção Nacional.
Do pote 2, sai a Holanda, a 14.ª classificada do ranking, equipa com a qual a Seleção Portuguesa até tem um histórico positivo: em 14 jogos, Portugal venceu mais de metade (oito partidas), perdendo apenas duas (na qualificação para o Euro1992 - 1-0 e num amigável em 2018 - 0-3) e empatando em três ocasiões.
O último confronto com a Laranja Mecânica é de boa memória para Portugal, quando na final da Liga das Nações, Portugal saiu vencedor do jogo e da competição depois de bater os holandeses por 1-0, com golo de Gonçalo Guedes.
Do pote 4 sai... bem, é complicado.
Isto porque se a Roménia vencer o 'playoff' do caminho A, segue direta para o Grupo C, como uma das anfitriãs. Os romenos, na posição 37 do ranking mundial, têm um histórico equilibrado com a Seleção Portuguesa, ainda assim com a 'equipa das quinas' a levar a vantagem tendo saído vitoriosa de cinco das onze partidas entre as duas equipas, com a Roménia a sair vitoriosa em quatro ocasiões e com um empate a registar-se em duas ocasiões.
No dois jogos em fases finais (Euro '84 e 2000), a Seleção Lusa saiu vitoriosa em ambos os encontros, sempre pela margem mínima (1-0).
Mas se a Roménia não vencer o 'playoff', segue a vencedora do 'playoff' do caminho D: Geórgia, Macedónia do Norte, Kosovo ou Bielorrússia.
Das quatro, a pior classificada é o Kosovo, na segunda metade da tabela mundial (posição 115 da FIFA), uma seleção que, tambem graças a sua 'juventude', não tem qualquer encontro com a seleção portuguesa.
Grupo C: Ucrânia, Holanda, Portugal, Kosovo/Roménia
Estes são apenas duas das várias combinações que podem calhar em sorte à seleção de Fernando Santos e companhia, sendo que só foi analisado o ranking da FIFA, que não têm em conta outras variáveis que podem alterar a sorte ou o azar numa partida.
O que é certo, independentemente da sorte ou do azar, é que vai poder passar o verão a ver a Seleção jogar pela Europa e esperemos que existam mais partidas para assistir além dos três jogos da fase de grupos, era bom sinal.
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