A Polónia
A Polónia, que organiza o Euro2012 juntamente com a Ucrânia, acolhe adeptos de toda a Europa – e de toda a parte do mundo – ávidos de celebrações das suas equipas, que carregam a bandeira de um país em um busca de um triunfo no futebol.
A seleção polaca, eliminada na fase de grupos, não conseguiu oferecer aos seus adeptos uma alegria. Um país que outrora acolheu o campo de concentração mais famoso do mundo. Pelos piores motivos.
Os campos de Auschwitz
A cidade de Auschwitz, nome dado pelos alemães na altura de ocupação do território polaco, situa-se a cerca de 70 quilómetros de Cracóvia, a segunda maior cidade da Polónia, e foi escolhida pelo regime nazi pela sua boa localização (centro da Europa) e pelas boas vias de comunicação.
Durante cinco anos, o campo de concentração de Auschwitz despertou a sensação de terror entre os povos dos países ocupados pelo regime comandado por Adolf Hitler durante a II Guerra Mundial.
Este campo de concentração foi criado no ano de 1940 com o objetivo de alojar os prisioneiros políticos polacos mas, com o decorrer do tempo, converteu-se num campo internacional, até se tornar no maior cemitério do mundo, onde foram assassinadas mais de 1.5 milhões de pessoas.
A ideologia nazi
As ideologias nazis eram simples: odiar os judeus, a democracia, o comunismo e a convicção da superioridade da raça alemã sobre outros povos. Com o intuito de criar uma raça totalmente pura, com o plano de conquistar novos territórios e colonizá-los, o regime nazi planeou o extermínio de judeus, ciganos e eslavos, entre outros povos.
«Estamos a educar uma juventude, diante da qual o mundo inteiro tremerá. Eu quero uma juventude capaz de realizar violações, e que seja forte, poderosa e cruel», disse Adol Hitler, em 1937, durante um congresso do partido nazista em Norymberg.
Fundação e desenvolvimento dos campos
Em 1940 foi criado o primeiro campo de concentração, denominado de Auschwitz I, formado no terreno e nos edifícios do quartel polaco antes da guerra. Este campo foi sendo sistematicamente aumentado para corresponder às suas necessidades. A três quilómetros do primeiro, e um ano depois, foi iniciada a construção do segundo campo, o Auschwitz II-Birkenau, tendo sido neste complexo que os nazis assassinaram a maior parte dos judeus deportados, recorrendo principalmente às câmaras de gás.
No final de 1944, com o ataque do exército vermelho, as autoridades sob o regime nazi iniciaram o processo de eliminação de provas dos crimes, com destruição de documentos e objetos, recorrendo ainda a incêndios e explosões. Só no início de 1945 é que as tropas soviéticas conseguiram resgatar cerca de 7 mil prisioneiros de Auschwitz.
O memorial
Meses após o fim da guerra, um grupo de ex-prisioneiros teve a ideia de lá voltar com o intuito de preservar o que ali aconteceu e prestar homenagem às vítimas dos campos de concentração, assim como proteger antigos objetos e edifícios. Este grupo foi ainda responsável por acolher milhares de peregrinos que procuravam respostas sobre os familiares desaparecidos ou assassinados.
No primeiro campo de concentração, Auschwtiz I, os prisioneiros entravam por um portão decorado com a seguinte frase: “Arbeit macht frei” (O trabalho liberta), sendo o lema que os nazis queriam transmitir aos prisioneiros sempre que regressavam extremamente cansados após horas de trabalho escravo.
Hoje, serve como entrada para um dos museus, ou memoriais, mais visitados em todo o mundo. Em 2009 recebeu mais de um milhão de pessoas.
Visitar Auschwitz
Os campos de concentração de Auschwtiz I e II são atualmente preservados como museus abertos ao público. Em Bikernau, entre as construções e objetos mais importantes pode-se observar o cais da estação onde os guardas faziam as separações criteriosas dos prisioneiros recém-chegados.
Os barracões de alojamento e as câmaras de gás são lugares que, quem por ali passa, não esquece, até porque o cheiro não o permite .
Outro local de grande impacto é o lago cheio de cinzas humanas, ao lado das ruínas de quatro crematórios e as piras de incineração.
A parede de execuções, onde foram fuziladas centenas de pessoas, e a forca foram recompostas e colocados no seu lugar original.
Alguns dos objetos parcialmente destruídos pelos guardas foram reconstruídos e encontram-se atualmente em exposição, assim como a recuperação de sapatos, óculos e malas dos prisioneiros.
Dizem que visitar este campo de concentração deveria ser obrigatório, até porque em Auschwitz está demonstrado tudo que a raça humana já fez de pior.
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