A barraca, situada numa das zonas de Bissau, 'abanou' quando a seleção portuguesa de futebol marcou, num dia em que Portugal empatou 1-1 com a Islândia, em jogo do grupo F do Euro2016.

Lá dentro, cerca de 100 guineenses estavam 'colados' aos ecrãs de duas televisões em cacos, com uma ligação pirata a um canal desportivo.

Sob um calor insuportável e às escuras, tudo podia falhar - o gerador para dar eletricidade só arrancou um minuto antes do jogo -, mas, afinal, as máquinas do 'salão de tv' aguentaram-se e a seleção portuguesa é que dececionou.

Bancos corridos repletos oscilaram entre alegria e angústia ao longo de 90 minutos, entre quatro paredes de verga e telhado de folha de zinco.

Todos se riram no início com a constituição da equipa da Islândia, porque todos os nomes acabavam em 'sson', que em crioulo quer dizer 'isolado', 'sem companhia' - sem imaginar que os islandeses juntos, em equipa, iam travar Portugal.

Apesar de tudo, os guineenses mantêm o apoio à formação de Fernando Santos.

"Ele vai ter que corrigir algumas coisas no balneário, mas acho que com mais concentração a equipa vai ganhar", acredita Olenga Monteiro, que viu o jogo numa das barracas de televisão da Zona 7 de Bissau.

Quem também comprou bilhete (de 200 francos CFA - cerca de 30 cêntimos) foi Manja Drobe, que, se tivesse que apostar, punha todo o dinheiro que tem na continuidade de Portugal.

"Tem os melhores jogadores", referiu, por isso, está certo que vai ver a equipa lusa para lá da fase de grupos.

À saída já se marcavam lugares na barraca de televisão para sábado, para o próximo jogo de Portugal, a fazer figas para que a chuva dê tréguas, como hoje.

Aos guineenses, como em Portugal, parece só interessar uma chuva de golos da seleção das 'quinas'.