João Neves, que recentemente se sagrou campeão nacional pelo Benfica, estreou-se hoje de forma absoluta na convocatória da seleção portuguesa de sub-21 para a fase final do Europeu2023 da categoria. Em conferência de imprensa, Rui Jorge justificou a aposta.

"Obviamente, são jogadores de qualidade, que estão em patamares de exigência muitos grandes, tem demonstrado estar à altura do patamar em que está nesta altura no Benfica. As suas prestações fizeram-no estar aqui nesta altura. É um jogador que todos conhecemos há algum tempo, nesta altura entendemos que é bom estar connosco", começou por dizer.

"Acredito que nesta altura tem capacidade para jogar na seleção sub-21. Não é fácil. Claro que ele está num contexto muito interessante e de alto nível, mas não é fácil entrar na nossa equipa sub-21, muito mais será entrar na nossa equipa principal. Mas esta por si só já tem grandes jogadores. Temos jogadores que ficaram de fora e que também poderiam ter a oportunidade deles aqui, mas são decisões que temos de tomar. Eles devem, seja o João [Neves] ou outro jogador qualquer, devem encarar isto como um privilégio e não como quase uma obrigação de ter de estar aqui ou um direito adquirido do jogador. Não é. É um privilégio que ele tem de estar neste espaço e que usufrua dele", acrescentou.

Aos 18 anos, o médio ‘salta’ diretamente para a seleção de sub-21 e logo com possibilidade de jogar na fase final do torneio continental, depois de ter apenas quatro internacionalizações nos sub-15 e 17 nos sub-19, que ajudou em março a acederem ao Europeu da categoria.

Integrado no Grupo A, em conjunto com a anfitriã Geórgia, Países Baixos, campeões em 2006 e 2007, e Bélgica, a equipa das ‘quinas’ tentará fazer melhor do que na edição anterior, em 2021, quando atingiu a final da prova, mas perdeu com a Alemanha, por 1-0.

“Procuramos nestas fases finais demonstrar a qualidade do nosso jogador, da nossa equipa, em outros países e é isso que vamos tentar fazer. Se o conseguirmos fazer bem estaremos mais próximo de conseguir o título que tanto desejamos”, sustentou Rui Jorge.

Portugal atingiu também a final em 1994 e 2015, nas quais foi derrotada por Itália e Suécia, respetivamente, e o selecionador nacional também não espera encontrar facilidades num ano em que a competição proporcionará o apuramento para os Jogos Olímpicos Paris2024.

“Todas as equipas tiveram de demonstrar o seu valor [para se qualificarem]. A Geórgia é a exceção porque é a anfitriã. Tem vários jogadores na sua seleção principal, que, se fizer ‘baixar’, e jogando em casa, com muito entusiasmo, criarão dificuldades”, advertiu.

Rui Jorge alertou ainda para “o perigoso contra-ataque” da Bélgica, enquanto os Países Baixos “assemelham-se ao estilo de jogo” de Portugal, alicerçado na “segurança com bola, criatividade e inteligência no jogo”, que permite à equipa das ‘quinas’ “olhar de igual para igual contra qualquer equipa”.

O técnico considerou ter escolhido “o melhor grupo para enfrentar” o Europeu, desvalorizando as ausências de Gonçalo Inácio, António Silva, Vitinha e Gonçalo Ramos, jogadores já com perfil de seleção principal e cuja ascensão ao topo da pirâmide permite “abrir a porta a outros”.

Rui Jorge lamentou apenas as ausências dos lesionados João Mário, Tiago Djaló e Tomás Esteves, justificando a convocatória de dois jogadores suplementares como medida cautelar, devido, precisamente, aos problemas físicos recentes de Francisco Conceição, Afonso Sousa e Fábio Vieira.

“Dois não poderão seguir, mas merecem também muito estar aqui e estamos confortáveis se tivermos de avançar com eles”, justificou o selecionador de sub-21, remetendo o anúncio da lista definitiva de 23 futebolistas para “o dia 13 ou 14 de junho”.

Portugal estreia-se no torneio frente à anfitriã Geórgia, em 21 de junho, defrontando os Países Baixos três dias mais tarde, em 24, e encerrando a participação no Grupo A perante a Bélgica, em 27, sempre em Tbilissi e com os três jogos a terem início às 17:00 (hora de Lisboa).