O presidente do Desportivo das Aves 1930 pediu hoje união numa “missão hercúlea, mas possível”, assinalando o 90.º aniversário do clube que desceu da I Liga aos escalões distritais da Associação de Futebol do Porto.
“Hoje é um dia de grande emoção para todos aqueles que sentem o Clube Desportivo das Aves. Em dia de comemoração de uma data tão especial, quero dizer-vos que, juntos, com a força que nos caracteriza, podemos reerguer o nosso emblema”, escreveu António Freitas, numa mensagem dirigida aos adeptos através das redes sociais.
O aniversário do emblema do concelho de Santo Tirso é celebrado com sentimentos mistos, pois as dissonâncias entre clube e SAD intensificaram-se no verão e conduziram em outubro à refundação das secções de futsal e de futebol, ambas a evoluir no último patamar das distritais do Porto, sob a denominação de Desportivo das Aves 1930.
“Há 90 anos era fundado o clube para o qual muitos viveram e vivem. Um clube construído em bases sólidas. Um clube feito dos mais nobres valores. Um clube onde vencer não chega. Um clube onde é preciso dar tudo: no campo, na bancada e na rua”, acrescentou o dirigente, que regressou à presidência em 27 de junho.
O Aves 1930 surgiu após a Câmara de Resolução de Disputas da FIFA ter impedido os nortenhos de inscreverem novos atletas desde 03 de agosto, pelas dívidas da SAD de quase 37,5 mil euros a três clubes estrangeiros, associadas aos direitos de formação de dois médios sul-americanos, ambos com vínculos extensíveis até ao final de 2019/20.
Como a FIFA não faz distinção entre as duas personalidades jurídicas, a direção de António Freitas sofreu com os efeitos das dívidas da Aves SAD, que comunicou em setembro a saída do Campeonato de Portugal, do qual foi desqualificado, após ter falhado o acordo com o Perafita para utilizar as instalações do clube de Matosinhos.
Já o refundado Desportivo das Aves 1930 juntou 23 jogadores sob orientação de Bruno Alves e ocupa o segundo lugar da Série 1 da II Divisão da Associação de Futebol do Porto, com os mesmos sete pontos em nove possíveis do Pasteleira, terceiro colocado, a três do líder isolado União Baltar, priorizando como meta imediata a subida de divisão.
“Um clube onde os adeptos são vaidosos por pertencerem ao maior, mais bonito e mais honrado de todos. Um clube feito de muitas pessoas e todas elas devem ser lembradas hoje e todos os dias, porque o Aves é feito de e para as pessoas. Por isso, apelo para que nos unamos nesta missão hercúlea, mas possível”, concluiu António Freitas.
A administração do chinês Wei Zhao reprovou em julho os requisitos de licenciamento nas provas profissionais de 2020/21 junto da Liga de clubes e dispensou o recurso para o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol, após uma época assinalada por incumprimentos salariais, rescisões unilaterais e a descida no relvado à II Liga.
Sem competição no horizonte, a SAD tem sido acompanhada pelo administrador judicial provisório António Dias Seabra e beneficia de um Processo Especial de Revitalização (PER), cuja lista provisória reparte dívidas de 17,1 milhões de euros por 110 credores.
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