Depois de levar o Palmeiras à sua segunda final consecutiva da Taça Libertadores, Abel Ferreira não poupou alfinetadas nos críticos e houve até tempo para falar de um vizinho do seu prédio, entre vários recados para aqueles que duvidaram do valor da sua equipa.

Primeiro, o treinador português começou por deixar uma palavra em relação aos seus jogadores, confirmando que recusou várias propostas para seguir ao leme do Palmeiras até ao fim da temporada. "Eles podem até não ganhar nada este ano, mas uma coisa merecem: respeito. As minhas primeiras palavras vão para os meus jogadores, pois é com eles com quem trabalho, é com eles que eu sofro. E eu disse-lhes que, até ao final deste ano, não os abandonaria. Recusei três propostas porque sabia que havia trabalho a ser feito", começou por dizer.

Sobre o triunfo, Abel falou sobre a inteligência da sua equipa, apontando o dedo a quem critica as suas tácticas por as considerarem demasiado defensivas. "Foi uma vitória da equipa mais inteligente, mais organizada e, na minha opinião, com toda justiça. Não vou gastar tinta a falar dos três defesas, é um assunto ultrapassado. Para ser treinador, estudei dez anos. Perdi muitos jogos e foram as derrotas que fizeram de mim um melhor treinador. Quem quiser ouvir, que ouça, quem não quiser, não ouça: há quem confunda arrogância com competência e inteligência com sorte", sublinhou.

As farpas aos críticos não se ficaram por ali. "Eu já conquistei o verdadeiro palmeirense. Aqueles que são interesseiros, eu nunca vou conquistar. Dedico este apuramento àqueles que amam e torcem pelo clube em todos os momentos. Ou os torcedores aprendem que ser do Palmeiras é ser diferente, ou vamos estar sempre nesta guerra", apontou.

Mensagem para o "vizinho chato"

Após o apito final, Abel gritou em direção a uma das câmaras de televisão. Na conferência de imprensa também abordou esse episódio. "Não foi para nenhum jogador do Atlético ou para o seu treinador. Tenho um vizinho que mora no meu prédio que é um chato. Foi diretamente ao meu vizinho, porque quem manda na minha casa sou eu. Está calado! Quem trabalha dentro do centro de treinos sou eu e os meus jogadores. Defendo os meus jogadores porque são meus nas vitórias e nas derrotas. Ao meu vizinho, 'shiu'!", terminou Abel.