A Chefe da Assessoria Especial do Ministério da Igualdade Racial foi hoje demitida depois das declarações após a final da Taça do Brasil no qual apelidou os adeptos do São Paulo de “torcida branca” e descendente de europeu "safade”.
Em comunicado, o Ministério chefiado por Anielle Franco, irmã de Marielle Franco, morta a tiro a 14 de março de 2018, frisou que “as manifestações públicas da servidora em suas redes estão em evidente desacordo com as políticas e objetivos do Ministério da Igualdade Racial”.
Por essa razão, “Marcelle Decothé da Silva foi exonerada do cargo de Chefe da Assessoria Especial deste Ministério na data de hoje”, acrescenta-se na mesma nota.
No domingo, após o empate a um golo entre o São Paulo e o Flamengo, que deu a vitória da final da Taça do Brasil pela primeira vez aos tricolores são-paulinos, Marcelle Decothé da Silva partilhou uma fotografia do estádio e escreveu: "Torcida branca que não canta, descendente de europeu safade... Pior tudo de pauliste”, numa linguagem chamada de neutra.
A ministra da Igualdade Racial, e as suas assessoras, estiveram no Morumbi, estádio do São Paulo, para lançar um protocolo de combate ao racismo no desporto.
O presidente do São Paulo, Júlio Casares, reagiu a estas declarações afirmando ter sido “surpreendido negativamente com um ultrajante post da assessora especial do Ministério da Igualdade Racial, Marcelle Decothe”.
“Algo que vai contra todas as nossas crenças. Em pouco mais de dois anos e meio de gestão, tivemos sempre uma preocupação com a igualdade. Nosso lema é, e sempre será, de que o São Paulo Futebol Clube é de todos, sem haver discriminação de raça, género, social ou de qualquer forma”, acrescentou.
Ainda assim, Júlio Casares disse que Anielle pediu desculpas por telefone e disse que "medidas seriam tomadas".
Ainda antes do jogo, uma mensagem nas redes sociais, acompanhada por uma fotografia dentro de um avião da Força Aérea Brasileira, Marcelle Decothe, vestida com as cores da seleção brasileira, escreveu: "30 segundos de diálogo com a CBF, já viraram patriotas. Prontas para o cancelamento”, numa alusão às cores utilizadas pelos bolsonaristas.
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