Um Brasil mandão e superior venceu a Argentina por 2-0, no Superclássico das Américas, e está na final da Copa América. Gabriel Jesus e Firmino brilharam com um golo e uma assistência cada, num jogo onde a Argentina voltou a demonstrar problemas graves na construção de jogo. A seleção das Pampas enviou duas bolas aos ferros. Messi bem tentou levar à equipa para a frente mas ainda não é desta que vence uma grande competição com a seleção principal da Argentina. O 'escrete' fica à espera do vencedor do Chile-Peru.
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Se há jogo que não precisa de 'gasolina' para 'pegar fogo' é o Brasil-Argentina. A rivalidade entre os dois países atinge o seu auge no futebol, quer de seleções quer de clubes, pouco importando a dimensão de quem está em campo.
Quis o destino que as meias-finais da Copa América 2019 fosse entre o Brasil e a Argentina, num jogo que marcou o regresso da 'Canarinha' à 'casa dos horrores. Foi no Mineirão, palco do jogo desta madrugada de quarta-feira, que o Brasil foi humilhado pela Alemanha por 7-1, nas meias-finais do Mundial2014. Esta foi também a primeira vez que estes dois gigantes sul-americanos se encontraram nas meias-finais de um torneio oficial. A seleção das Pampas, que nunca venceu a 'canarinha' em solo brasileiro, procurava também empatar com o seu rival em número de vitórias (38), depois de 25 empates em 100 jogos.
Ideias (ou a falta delas): o mal da Argentina que Scaloni não conseguiu revolver
Num encontro frenético, intenso, os nervos tomaram conta dos jogadores nos primeiros minutos, com muitas faltas e perdas de bola. Messi, o astro argentino, só conseguiu tocar na bola aos seis minutos. Tite sabia onde podia vir o perigo da Argentina, pelo que montou uma estratégia para condicionar o jogo da estrela da seleção das Pampas.
Com um futebol que não encantou na fase de grupos e nos 'quartos', tanto Brasil como Argentina sabiam que este encontro podia ser decidido nos detalhes. E nesse aspeto, Tite parecia levar larga vantagem sobre Lionel Scaloni, um treinador muito criticado pela forma como monta e mexe na equipa e como não consegue tirar partido dos jogadores que têm à sua disposição.
Mais estável emocionalmente, o Brasil foi-se soltando aos poucos. Foyth ia comprometendo aos 17 minutos, num erro que Gabriel Jesus não aproveitou. Mas redimiu o avançado do City para marcar aos 19, finalizando na área um passe de Firmino, após boa jogada de Dani Alves. Primeiro golo do avançado em fases finais, ao cabo de dez jogos na 'escrete'.
A resposta da seleção albiceleste chegou por Aguero, num desvio de cabeça à barra, após livre de Messi, aos 30.
Com dificuldades em sair da pressão exercida pelo Brasil, os principais lances de perigo saiam quase sempre do pé esquerdo de Messi. Era ele quem recuava para vir buscar jogo e construir desde detrás mas a forte marcação de Casemiro, muito ajudado por Arthur, condicionava o craque argentino.
A vantagem do Brasil justificava-se ao intervalo, já que era a equipa com melhores ideias no relvado.
Everton 'Cebolinha', que tinha a missão de fazer 'chorar' Foyth na direita, falhou redondamente, pelo que foi substituído por William ao intervalo. Já Acuña só durou dez minutos no segundo tempo, depois de dar o seu lugar a Di Maria. O jogador do Sporting já tinha amarelo, depois de se ter pegado com Dani Alves no primeiro tempo.
Mas pouca coisa mudou na segunda parte. O Brasil tentava dar a 'machadada' final em contra-ataque, a Argentina vivia dos rasgos individuais de Messi. Foi dos pés do camisola de 10 que surgiu a segunda grande oportunidade do segundo tempo, num tiro de pé esquerdo devolvido pelo poste direito da baliza de Alisson, aos 58. Antes tinha deixado Lautaro Martinez em boa posição para marcar mas o avançado que joga no Inter atirou para as nuvens.
Messi contra a maré (e o poste). Firmino dá o 'golpe final'
Se no ataque ainda havia Messi, no meio-campo e defesa a Argentina ia 'metendo água'. Gabriel Jesus deixou Firmino na 'cara' do golo mas o atacante do Liverpool rematou por cima, aos 56. Aos 70, Firmino não desperdiçou oferta de Gabriel Jesus, após jogada fantástica do jogador do City, a deixar três adversários para trás antes de servir o seu colega na pequena área. Explosão de alegria no Mineirão.
A Argentina ia tentando mas jogava aquilo que o Brasil queria que jogasse. A Seleção canarinha sabia que a Argentina, sem ideias, muito dificilmente criaria perigo, a não ser por Messi. Baixando ainda mais no terreno, Tite sabia que os argentinos iam aproveitar para subir, deixando muito espaço para os criativos e velozes avançados brasileiros.
Scaloni tentou chegar ao golo, com as entradas dos criativos Dybala e Lo Celso mas já não havia volta a dar. Sem ideias (Di Maria voltou a não acrescentar nada a equipa), a Argentina ia vendo o Brasil fechando todos os espaços para a sua baliza, conservando assim a vantagem até ao apito final do árbitro Roddy Zambrano, do Equador. Os argentinos não ganham nada desde 1993, quando ganharam a Copa América.
O Brasil, que continua sem sofrer golos nesta Copa América (32.º jogo em 41 sem sofrer golos desde que Tite pegou na seleção), foi muito eficaz neste encontro. A seleção de Tite fica à espera do vencedor da outra meia-final, entre Peru e Chile.
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