Os cidadãos malianos residentes em Luanda prevêem que a seleção do seu país encontre muitas dificuldades diante da congénere angolana, terça-feira, no jogo de encerramento da fase de grupos do Campeonato Africano das Nações em futebol (CAN2019), que decorre no Egipto.

Numa ronda efectuada, esta segunda-feira, pela Angop, no bairro Mártires de Kifangondo (distrito da Maianga), alguns integrantes da comunidade maliana, ligados ao comércio informal, consideraram repartidas as possibilidades de vitória em 50 por cento, pelo que acham não ser tarefa fácil para nenhuma das formações.

Hamara Tambalu, negociante de 31 anos de idade, considera o grupo E equilibrado, numa situação em que, a seu ver, as três equipas se podem qualificar para os oitavos-de-final (Mali, Angola e Tunísia), pois ainda não perderam e têm margem para se posicionar entre os quatro melhores terceiros classificados que avançam para a outra fase.

Apesar de reconhecer o potencial do adversário, disse ser o Mali melhor, pelo que vai ganhar o jogo desta terça-feira e garantir o topo da série.

“Angola devia ter vencido a Mauritânia e não conseguiu. Com o Mali vai ser ainda mais difícil, porque somos melhores”, frisou.

Por seu turno, o também comerciante Husseim Tall, 19 anos (residente em Angola desde 2015), referiu que os jogadores vão procurar fazer tudo, porque apenas a vitória interessa para a selecção do seu país.

Entre os entrevistados, apenas um apontou um prognóstico favorável a Angola como vencedora (1-0), com golo de Mateus Galiano.

Sidi Sissé, no país desde 1997, afirmou que Angola está em melhores condições para ombrear com os malianos e vencer, comparativamente ao CAN2010, na prova do célebre empate a quatro golos.

Explicou que testemunhou o memorável jogo do CAN2010, realizado em Angola, em que os “Palancas Negras” tinham larga vantagem e deixaram-se empatar nos minutos finais, situação difícil de acontecer neste campeonato do Egipto.

“Hoje as duas selecções estão mudadas em vários aspectos, quem jogar melhor vence. Acho que Angola agora tem mais qualidades para enfrentar a nossa selecção”, disse.

Concentrados numa das ruas do bairro, estes colocaram uma bandeira enorme do Mali para que, facilmente, fossem identificados pelos transeuntes, transmitindo a ideia de que o CAN2019 não lhes passa despercebido.

O Mali é o líder do grupo E com quatro pontos a entrada da terceira e última jornada da fase regular, seguido de Angola e da Tunísia ambos com dois pontos, enquanto a Mauritânia ocupa o quarto posto com um ponto.

Entre as várias possibilidades de se manter em competição, a mais viável é a selecção nacional vencer o Mali, para totalizar os cinco pontos e esperar que a Tunísia faça o mesmo diante da Mauritânia.

Nesta análise, angolanos e tunisinos terminariam a fase de grupos com os mesmos cinco pontos, contra quatro do Mali e um da Mauritânia.

Caso Angola vença e os tunisinos empatem, os Palancas Negras somam cinco pontos, mais um que o Mali e a Tunísia, ao passo que a Mauritânia termina com dois pontos.