José Maria Salvado, presidente do Estrela da Amadora entre 1996 e 2002, começará a ser julgado a 19 de janeiro por alegada apropriação indevida de 1,7 milhões de euros do clube e por crime de falsificação de documento.
De acordo com a investigação do DIAP (Departamento de Investigação e Ação Penal), a que a agência Lusa teve acesso, José Maria Salvado foi acusado de agir «com aproveitamento do exercício das funções públicas que lhe eram cometidas, em detrimento do interesse público prosseguido pelo Estrela».
Salienta o DIAP que José Maria Salvado tinha uma conta-corrente, na qual foram creditados montantes por «supostos empréstimos seus ao clube», para a contratação de jogadores.
A 9.ª Secção do DIAP concluiu que, no último dia de dezembro de 2002, «deveria estar inscrito na referida conta-corrente não um saldo de 1.257.539 euros a favor do arguido, mas sim um saldo de, pelo menos, 1.794.308,68 a favor do Estrela».
«O arguido sabia que obtinha um ganho patrimonial ilegítimo total de, pelo menos, 1.794.308,68 euros e que causava prejuízo de montante equivalente ao Estrela da Amadora, o que quis e conseguiu», refere a acusação, datada de 20 de janeiro deste ano.
Salvado foi também indiciado por utilizar recibos relativos às contratações «que o arguido ou terceiros a seu rogo forjaram».
«Ao utilizar os referidos documentos que sabia serem forjados, o arguido também sabia que abalava a credibilidade e fiabilidade que os documentos merecem, bem como a sua força probatória», sublinha-se.
O julgamento de José Maria Salvado, que não requereu a abertura da instrução do processo, inicia-se às 09h00 na 2.ª Vara do Tribunal Criminal de Lisboa.
A agência Lusa tentou contactar o antigo dirigente do Estrela da Amadora, mas tal não foi possível.
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