Em entrevista à Rádio Observador, Luís Torres, presidente da SAD do Olhanense afirmou que caso a Federação Portuguesa de Futebol mantenha a sua decisão em relação às subidas do Campeonato de Portugal para a II Liga, o clube não irá participar no Campeonato de Portugal no próximo ano.
"Se não existir um volte-face por via da reunião que já marcamos mais do que uma vez, iremos recorrer à justiça e ir até às últimas consequências. Uma coisa eu posso garantir: o Olhanense, na próxima época, por dignidade e respeito pela instituição que represento, não competirá na Série H da quarta divisão de Portugal depois de ter acabado o campeonato em 1.º lugar. Peço desculpa mas o Olhanense tem dignidade, se há pessoas que andam no futebol sem dignidade, o Olhanense não é um desses clubes", afirmou.
O presidente da SAD do clube algarvio explica que os seis clubes abandonaram a reunião desta tarde devido à ausência de Fernando Gomes. O Olhanense queria ouvir "o líder máximo do futebol português sobre a injustiça de nós, Olhanense, e Praiense, sermos as únicas equipas na Europa que não só não sobem de divisão como acabam relegadas para uma quarta divisão criada à pressa para agradar a alguém", numa referência à criação da III Liga, anunciada esta semana.
Sobre essa reformulação, Luís Torres afirma que a nova competição é "uma falácia".
"A III Liga é uma falácia, porque a III Liga na próxima época é uma liga virtual, toda a gente sabe que existe mas ninguém está lá. Para o ano, uma equipa que participe nesta divisão [Campeonato de Portugal] pode cair na quinta divisão do futebol português"
O Olhanense, bem como Praiense, Real Massamá, Benfica e Castelo Branco, Lusitano de Lourosa e Fafe, consideram-se, nas palavras do presidente da SAD do Olhanense "altamente prejudicados por todas as decisões que foram tomadas pela FPF na última semana"
"Acreditamos que o futebol português bateu no fundo e pior que isto não pode acontecer", acrescentou.
Em causa está a decisão de a FPF ter indicado Vizela e Arouca, os dois clubes com mais pontos, para a subida à II Liga, na sequência da conclusão precoce da competição, em 08 de abril, depois da suspensão preventiva, por tempo indeterminado, em 12 de março, devido à covid-19.
Nessa altura, após 25 jornadas, o Vizela liderava a Série A, com 60 pontos, e o Arouca era o primeiro da B, com 58, enquanto o Olhanense comandava a D, com 57, e o Praiense liderava a C, com 53.
Fafe, Lusitânia de Lourosa, Benfica e Castelo Branco e Real Massamá seguiam nas posições imediatas, de acesso aos ‘play-offs’ de subida, com 52, 50, 42 e 57 pontos, respetivamente.
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