Um grupo de associados do Vitória de Setúbal, clube do Campeonato de Portugal de futebol, começou hoje a recolher assinaturas com o objetivo de destituir a direção que é desde 18 de outubro presidida por Paulo Rodrigues.

O requerimento para a realização de uma Assembleia-Geral (AG) Extraordinária de caráter deliberativo será, depois de recolhidas as 100 assinaturas necessárias, enviado ao líder da mesa da AG, Nuno Guerreiro Soares, que irá posteriormente decidir sobre o único ponto da ordem de trabalhos.

“Os sócios signatários deste requerimento solicitam ao Exmo. Sr. Presidente da Mesa da Assembleia-Geral do Vitória FC, que se digne a realizar, com caráter de urgência e em observância do contexto da pandemia covid-19, uma Assembleia-Geral de caráter deliberativo e com a seguinte ordem de trabalhos: destituição da direção do Vitória FC”, lê-se no documento a que a Lusa teve acesso.

No requerimento que está disponível aos sócios que o queiram assinar na sede do São Domingos, clube popular da cidade de Setúbal, o presidente Paulo Rodrigues é acusado de não cumprir as promessas que fez durante a campanha, nomeadamente regularizar os salários dos funcionários do clube, contribuindo para “o agravamento das condições sociais dos funcionários e das suas famílias”.

“Desrespeita a maioria relativa de associados que lhe confiaram o seu voto, ao governar o clube à revelia do programa de mandato proposto a votação sob o lema ‘Verdade, Trabalho e Futuro’, porquanto não se vislumbra evidências de o mesmo estar a ser cumprido. Evidenciaram nos seus atos e conduta não estarem à altura de devolver o clube a uma posição consentânea com os seus quase 110 anos de história ao serviço de Setúbal e do país”, referem os promotores da iniciativa.

Paulo Rodrigues, líder da lista B, foi a 18 de outubro eleito presidente do Vitória de Setúbal, para o mandato 2020-2023, com um total de 587 votos. O ex-empresário de futebol, de 43 anos, foi o mais votado das três listas candidatas, vencendo a liderança do clube do Campeonato de Portugal frente aos oponentes Vítor Hugo Valente (lista A), com 368 votos, e Nuno Soares (lista C), com 538, que foi o segundo mais votado.