O Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa está a investigar alegada fuga ao Fisco do Estrela da Amadora entre 2004 e 2006, no valor superior a 1,5 milhões de euros (ME), disse hoje fonte judicial.
Segundo o que a mesma fonte disse à agência Lusa, o DIAP de Lisboa está a inquirir elementos da direcção do Estrela da Amadora presidida por António Oliveira entre 2004 e 2006, que integravam o Regime Especial de Gestão, o qual os responsabiliza individualmente pelas infracções fiscais.
Após a conclusão dos interrogatórios, o processo será enviado para o Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, que, depois do debate instrutório, decidirá se levará os dirigentes a julgamento ou se arquiva a acção.
Esta investigação surge na sequência de outra realizada por incumprimento das obrigações fiscais do Estrela da Amadora de 2002 a parte de 2004, num montante superior a dois milhões de euros.
Oito dirigentes do clube, que foi impossibilitado de registar contratos na Liga portuguesa de futebol na época de 2009/10, devido a dívidas a jogadores, vão ser julgados por não liquidarem ao Fisco 912 197,67 euros referentes a 2002, 573 308,88 a 2003 e 555 051,22 correspondentes a parte de 2004.
A 3 de Maio, o juiz do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa pronunciou Andrade Neves, António Oliveira, José Maria Salvado, Albino Amador, Fernando Pombo, José Branco, Aldina Cordeiro e Armando Biscoito.
Jaime Salvado, Guilherme Lemos, Carlos Franco, Baptista Fernandes e Marques Pedrosa também estavam indiciados pelo Ministério Público, mas o tribunal entendeu não os levar a julgamento, que ainda não tem data marcada.
O Estrela da Amadora foi considerado insolvente pelo Tribunal do Comércio de Sintra, a 29 de Setembro de 2009, com 2,3 ME por regularizar junto da Segurança Social e uma dívida de 12,5 ME ao Fisco.
Foram identificados um total de 204 credores do clube, entre os quais o ex-presidente José Maria Salvado (2,3 ME), empresas, trabalhadores do clube e particulares, que reclamam empréstimos que alegadamente terão sido realizados.
O mais representativo clube da Amadora, vencedor da Taça de Portugal em futebol em 1990, foi considerado insolvente a seu próprio pedido, alegando que se encontrava impossibilitado de cumprir pontualmente com as suas obrigações.
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