Aprígio Santos manifestou-se hoje "satisfeito" com a aprovação do Plano Especial de Revitalização (PER) da Sociedade Anónima Desportiva (SAD) da Naval 1.º de Maio, a que preside, garantindo que o clube "não morre".

Em declarações à agência Lusa, este empresário disse ter "perdoado completamente" os créditos que detinha sobre a Naval SAD - cerca de 4,1 milhões de euros de um total de 8,9 milhões que o clube deve a 74 credores, a maioria dos quais jogadores de futebol.

A proposta feita pelo administrador de insolvência, que foi votada favoravelmente por entidades como a Autoridade Tributária - credora de mais de 1,5 milhões de euros de impostos, coimas e custas de processos -, passa pelo perdão de 50 por cento do capital em dívida e o pagamento do restante em 100 prestações, num prazo que se inicia dois anos após o processo transitar em julgado.

"A proposta foi essa e passou em votação", afirmou, aludindo à aprovação do PER, na passada terça-feira, no Tribunal Judicial da Figueira da Foz.

Aprígio Santos reafirmou ainda a intenção de se manter à frente do emblema da Figueira da Foz, que lidera há 23 anos, uma semana após ter apresentado 25 novos jogadores para disputar a segunda fase do Campeonato Nacional de Seniores de futebol.

Esta semana, o Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), que representa 35 jogadores detentores de créditos sobre a Naval SAD, anunciou ter votado contra a proposta.

"Na prática, estamos a falar de 10 anos e quatro meses para os lesados receberem metade do que têm direito", referiu, em comunicado, o SJPF.

A estrutura sindical alegou ainda que os PER "têm servido, sobretudo, como instrumentos de desresponsabilização, colocam em desigualdade os competidores e frustram os créditos dos jogadores e demais credores".