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A equipa da Figueira da Foz está no Campeonato Nacional de Seniores.
Um total de 74 credores, a maioria jogadores de futebol, reclamam em tribunal cerca de 8,9 milhões de euros à Sociedade Anónima Desportiva (SAD) da Naval 1º de Maio, da Figueira da Foz.
De acordo com a relação de créditos reconhecidos entregue no Tribunal Judicial da Figueira da Foz, no âmbito do Plano Especial de Revitalização (PER) da Naval SAD, o maior credor, com 4,1 milhões de euros, é o empresário Aprígio Santos, que lidera o clube há 23 anos.
A lista, a que a agência Lusa teve acesso, inclui ainda a Autoridade Tributária, com mais de 1,5 milhões de euros de impostos, coimas e custas de processos em divida, uma produtora de televisão do grupo Controlinveste, de Joaquim Oliveira, que reclama quase 598 mil euros, e a Segurança Social, com 485 mil euros.
Os jogadores de futebol constituem o grosso do grupo de credores, 40 no total, que reclamam, por junto, uma verba a rondar os 750 mil euros.
Os jogadores com maiores valores em dívida são os defesas Raul Martins, atualmente no Atlético, da II Liga de futebol, e Diogo Vila (reclamam, cada um, 69,9 mil euros), o médio brasileiro Leandrinho (61,5 mil euros) e Mesquita, agora no Trofense, com 57,6 mil euros.
O lote de jogadores credores inclui ainda Pedro Taborda, guarda-redes do Sporting da Covilhã (36,7 mil euros), e Bruno di Paula (35,5 mil euros), médio que foi internacional sub-19 pelo Brasil e que em Portugal representou Paços de Ferreira, Estoril-Praia, Naval 1º de Maio e Desportivo de Chaves.
Constam ainda, pelo menos, seis atletas que terão acionado, na época passada, o fundo de garantia salarial do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol - cuja morada está na relação de credores - e que reclamam, na totalidade, cerca de 79 mil euros: os avançados To-Zé Marreco, Michel Simplício (Qadsia, Kuwait), Telinho (Ajax Cape Town, África do Sul) e Roberto Rodrigo (Arouca), o defesa moçambicano Eusébio e o médio Rômulo, sobrinho do presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, e jogador do Sintrense.
Duas sociedades do universo da Naval 1º de Maio - a Naval Imobiliária e a Naval Capital SGPS - querem receber, respetivamente, 244 mil e 129,5 mil euros por empréstimos concedidos à SAD.
Também um familiar de Aprígio Santos é credor de 156 mil euros de empréstimos e a Liga Portuguesa de Futebol Profissional tem a haver 121 mil euros de contribuições em dívida.
Da lista constam ainda cinco treinadores, nomeadamente os técnicos principais Álvaro Magalhães (36,4 mil euros) e Filipe Rocha “Filó” (58,3 mil euros) e três adjuntos que passaram pela equipa de futebol - atualmente a militar no Campeonato Nacional de Seniores - quando esta estava na II Liga.
O antigo diretor desportivo, Nuno Cardoso, é credor de 93,5 mil euros e Nuno Mateus, que desempenhou funções nos órgãos sociais da Naval SAD e foi jurista do clube, pretende receber um montante em dívida de 43,4 mil euros.
Outros credores listados, estes por prestação de serviços que ficaram por pagar, incluem as empresas de agenciamento desportivo CN FOOT, de Santa Maria da Feira, que reclama 75 mil euros, e a dinamarquesa People In Sport (4,5 mil euros), ou a delegação da Figueira da Foz da Cruz Vermelha Portuguesa, credora de 10 mil euros.
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