Mário Semedo foi hoje eleito presidente da Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF), ao vencer Mário Avelino, regressando a um cargo que já ocupou durante 16 anos, até 2015.
Mário Semedo venceu as eleições extraordinárias na FCF com sete votos a favor das 11 associações regionais, contra quatro do seu adversário, nas eleições antecipadas, convocadas após a destituição, em agosto, da direção liderada por Vítor Osório, devido à polémica com o campeonato nacional.
Desde então, o órgão máximo que rege o futebol cabo-verdiano é orientado por uma comissão de gestão, liderada por Mário Avelino, que perde pela segunda vez na corrida à liderança da FCF, depois da primeira em 2015 para Vítor Osório, que substituiu Mário Semedo.
Aos jornalistas, Mário Semedo disse que as associações acreditaram no seu projeto, na equipa e nas mensagens e considerou ser "fundamental" virar-se para o futebol interno, apostando nos escalões de formação e num novo modelo do campeonato nacional.
Relativamente à seleção nacional, o novo presidente da FCF afirmou que será traçado um plano para a sua modernização, reestruturação e renovação, garantindo que Lúcio Antunes continuará como selecionador dos ‘Tubarões Azuis’ porque "tem dado garantias e resultados".
Mário Semedo prometeu introduzir "medidas corretivas" ao nível da organização da FCF, tornando a gestão "mais profissional", ao mesmo tempo que anunciou mais apoio financeiro às associações regionais.
O Ministério Público de Cabo Verde informou este mês que está a investigar suspeitas dos crimes de abuso de confiança e associação criminosa na FCF, mas não indicou qual o período em causa.
A confirmação do Ministério Público surgiu na sequência de o então presidente da Comissão de gestão, Mário Avelino, ter avançado que a Polícia Judiciária (PJ) cabo-verdiana estava a investigar suspeitas de corrupção nos mandatos de Mário Semedo e de Vítor Osório.
Confrontado com as suspeitas e a investigação, Mário Semedo disse que não sabe de nada, esclarecendo que não está a ser investigado e que a justiça "terá que trabalhar".
"A investigação não é um espantalho. É para apurar factos e responsabilidades. Só isso", afirmou Mário Semedo, prometendo "muito trabalho" nos quatro anos de mandato e traçou como prioridade no imediato o fecho das contas.
O presidente eleito sublinhou que o "futebol também tem dado muito ao país", pelo que pediu igualmente mais apoio financeiro do Governo, também ao desporto em geral.
Por sua vez, Mário Avelino ‘Donay’ disse que não aceita a derrota, por considerar que há corrupção no futebol cabo-verdiano, fazendo alusão à investigação do Ministério Público.
O mandatário da candidatura, Nelson Lopes, denunciou "interferências políticas" do Governo no processo eleitoral, mas não especificou em que sentido, deixando também em aberto a possibilidade de impugnar a eleição.
Quem também falou aos jornalistas foi Pedro Pires, membro da candidatura derrotada, garantindo que não haverá oposição à nova gestão da FCF, mas que todos vão continuar a dar a sua contribuição para melhoria do futebol cabo-verdiano.
Além de Mário Semedo já presidiram à FCF Joaquim Ribeiro, Emanuel Antunes, Joaquim Furtado, Orlando Mascarenhas, Carlos Dias, Luís Almeida e Vítor Osório.
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