O presidente da Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF), Mário Semedo, considerou hoje que conquista da Taça Amílcar, que hoje completa 20 anos, foi “o relançar” da seleção cabo-verdiana na senda internacional.
Segundo a mesma fonte, Cabo Verde provou com aquela conquista que tinha valores e competências para competir com as grandes seleções africanas.
“Deixamos cair um certo complexo, que até então existia”, notou Mário Semedo, que na altura já comandava FCF, e que lembra a caminhada da seleção cabo-verdiana até chegar a final, percurso que classificou de “ impressionante” no apoio do público em São Vicente, no jogo das meias-finais com a Guiné-Conacri.
“Foi impressionante o apoio do público de São Vicente, antes, durante e depois do jogo. Do Estádio Adérito Sena para o Mindelhotel, um percurso normalmente feito em menos de cinco minutos o autocarro teve uns bons 30 minutos, pois o público era tanto e eufórico que o autocarro não conseguia marchar” recordou.
Na final, disputada no Estádio da Várzea, frente ao Senegal, Mário Semedo não esqueceu o que designou de “guerra psicológica” dos senegaleses na disputa do banco de suplentes.
“O público esteve com a equipa de uma forma vibrante, também em casa as pessoas seguiam atentamente através da rádio e da televisão e lembro-me da minha mãe que depois do jogo me disse que seguiu o jogo a rezar por Cabo Verde e com a vela acesa”, contou o presidente da FCF.
Semedo considerou, por isso, que a Taça Amílcar Cabral, “ por razões óbvias”, tem sempre “um significado especial” para Cabo Verde e que esta data serve também para homenagear os jogadores, que foram “heróis desta conquista”.
Na final, disputada no dia 14 de Maio de 2000, no Estádio da Várzea, Cabo Verde venceu a congénere do Senegal, por 1-0, golo do avançado e capitão Toy d’Sal, após assistência de Zezinho.
Sob o comando de Óscar Duarte, Cabo Vedre utilizou na final os seguintes futebolistas: Hélder; Hermes (Loloti), Zé Piguita, Bubista e Delgado; Tchulass, Jair (Pú) e Lemos; Zezinho (Artur Jorge Vicente); Bob e Toy d’Sal (cap).
Completaram os convocados Camelo (Gr), Finga, Dicha, Caló, Vargas e Tchiba.
Para chegar a decisão, nas meias-finais Cabo Verde deixou derrotou a Guiné Conacri por 2-0, com golos de Jair e Toy d’Sal.
Na fase de grupos, a seleção cabo-verdiana estreou-se com um empate (1-1) frente a Gâmbia, tendo o avançado Bob apontado o golo cabo-verdiano.
Em seguida, a seleção venceu a Serra Leoa por 1-0, golo de Zezinho, e fechou o grupo com mais um empate, agora a dois diante do Senegal, apontados por Bob e Toy d’Sal.
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