A direção da Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF) foi hoje destituída, após a polémica em torno do campeonato nacional, seguindo-se agora eleições antecipadas.
A queda da direcção da FCF foi aprovada em assembleia-geral extraordinária convocada por nove das 11 associações regionais para discutir a atual situação do futebol cabo-verdiano e exigir a demissão do presidente federativo, Vítor Osório.
Uma fonte avançou à agência Lusa que a destituição teve nove votos a favor, enquanto duas associações abstiveram-se, durante a assembleia que decorreu durante várias horas na cidade da Praia.
A mesma fonte revelou que as associações pediram ao presidente que renunciasse ao cargo, mas, como Vítor Osório não o fez, tiveram que aprovar a queda da direção, eleita em maio de 2015.
Com esta decisão, numa assembleia-geral que foi "extremamente tensa", serão agora realizadas eleições antecipadas na FCF, em data ainda a indicar, e que serão preparadas por uma comissão de gestão.
A imprensa cabo-verdiana já fala em vários nomes para substituir Vítor Osório, mas apenas José Mário Correia, antigo gestor da agência de notícias Inforpress e autor de um livro sobre a seleção nacional, disse ser candidato.
As associações pediram a assembleia-geral extraordinária após a seleção nacional cair 31 lugares no 'ranking' da FIFA e também por causa da polémica à volta do campeonato, cuja primeira mão da final joga-se no domingo entre Ultramarina de São Nicolau e Sporting da Praia.
Em junho, depois de dois adiamentos em quatro dias, na terceira data prevista não apareceram as chaves para abrir os portões do estádio em São Nicolau e não houve jogo entre Ultramarina e Mindelense.
Entretanto, mesmo sem se realizar o jogo da primeira mão em São Nicolau, a FCF marcou o da segunda mão em São Vicente, em que a Ultramarina venceu o Mindelense por 2-0.
Mais de um mês depois, a federação anulou o jogo e mandou repetir a eliminatória, mas o Mindelense não conseguiu reunir o número suficiente de jogadores para viajar para São Nicolau e não compareceu ao jogo.
Os campeões de São Vicente, ainda tetracampeões nacionais, foram penalizados com derrota na partida, multa de 136 euros, eliminação da competição e consequente apuramento da Ultramarina para a final.
A decisão não agradou ao Mindelense, que estranha o facto de ter sido tomada sem a instauração de um processo disciplinar à sua equipa, pela não comparência no jogo, e vai recorrer da decisão e impugnar o campeonato.
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