O treinador do Bayern de Munique, Hansi Flick, disse hoje que quer continuar, para já, no cargo que exerce, mas não descartou completamente a possibilidade de substituir Joachim Löw na seleção alemã após o Europeu de futebol.
“Não me preocupo com tudo o que acontece no exterior, quero continuar aqui, a ter sucesso no Bayern de Munique e a ganhar muitos troféus”, disse Flick, na conferência de imprensa de lançamento do jogo da I Liga alemã frente ao Werder Bremen, no sábado.
Desafiado várias vezes pelos jornalistas presentes a dizer se excluía categoricamente um cenário em que viesse a pedir ao Bayern dispensa do cumprimento do contrato entre as duas partes para assumir a seleção alemã após o Europeu, Hansi Flick recusou-se a responder.
Ao contrário de Flick, outros credenciados treinadores alemães, potenciais candidatos a suceder a Joachim Low, como o treinador do Liverpool, Jürgen Klopp, ou do Leipzig, Julian Nagelsmann, declinaram claramente qualquer interesse em assumir a liderança da ‘Mannschaft’.
Hansi Flick deixa assim pairar a dúvida, numa altura em que é considerado pelos órgãos de comunicação social germânicos como um dos favoritos para substituir Joachim Löw após o campeonato da Europa, que será disputado em junho.
De notar que Flick foi adjunto de Löw entre 2006 e 2014, conhece muito bem a seleção germânica e o próprio diretor desportivo da ‘Mannschaft’, Oliver Bierhoff, afirmou recentemente que “seria tonto” se não pensasse em Hansi Flick para o cargo.
No entanto, esta posição ambígua de Hansi Flick pode não ser do agrado do clube bávaro, cujo presidente, Karl-Heinz Rummenigge, rejeitou numa entrevista em fevereiro qualquer hipótese de o dispensar.
“Não vamos resolver os problemas da seleção à custa do seu lugar no Bayern", disse Rummenigge, mas o facto é que a imprensa alemã tem dado conta de alguma insatisfação de Flick e dos choques regulares que tem havido entre ele o diretor desportivo, Hasan Salihamidzic, acerca da política de contratações.
“Mesmo nos casais, por vezes, há desentendimentos”, disse Hansi Flick quando questionado sobre o tema, qualificando o seu relacionamento com Hasan Salihamidzic como “normal”, embora admitindo que “não existe uma combinação perfeita”.
A Federação alemã (DFB) tinha anunciado na passada terça-feira a saída de Joachim Low do comando técnico da seleção imediatamente após a realização do Europeu.
O contrato do selecionador é válido até junho de 2022, mas vai ser interrompido e, segundo revelou a DFB, em comunicado, a decisão partiu de Joachim Low, como, de resto, o próprio assumiu publicamente:
“Tomo este passo conscientemente. Sinto-me orgulhoso e honrado por ter servido o meu país e por ter podido trabalhar com os melhores jogadores alemães durante quase 17 anos, apoiando-os no seu desenvolvimento. Mas também muito motivado para o próximo campeonato da Europa”, escreveu Joachim Low, que enalteceu ainda “os muitos momentos fantásticos e mágicos, não apenas a conquista do Mundial de 2014, no Brasil”.
A Alemanha é um dos adversários de Portugal, que irá iniciar a defesa do título europeu que conquistou há quase cinco anos em Paris, em 15 de junho, em Budapeste, frente à Hungria, seguindo-se justamente os jogos com a seleção germânica, em Munique, em 19 de junho, e com a França, em 23 de junho, a encerrar o Grupo F, naquela que será uma reedição da final do Euro2016.
Os oitavos de final irão arrancar em 26 de junho, com os quartos de final a serem jogados a partir de 02 julho, as meias-finais em 06 e 07 de julho, e a final em 11 de julho de 2021, em Londres, no Estádio de Wembley.
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