Jupp Heynckes foi apresentado oficialmente como treinador do Bayern de Munique e disse que não acredita muito que o futebol tenha mudado nos últimos quatro anos. O antigo treinador do Benfica regressou a Munique para suceder a Carlo Ancelotti e admite ter acompanhado a equipa bávara.

“Alguns estão céticos porque estive fora quatro anos. Quatro anos longe do futebol, mas futebol não está diferente. Há novos clubes ricos que emergiram, mas tenho experiência e tenho assistido a muitos jogos”.

Na apresentação, o treinador disse que vai procurar alternativas dentro do plantel que tem e que um dos desafios é encontrar jogadores que assumam as posições dos jogadores que, atualmente, estão lesionados como Manuel Neuer e Ribery.

O técnico disse ter contado com uma ajuda especial da família na decisão de aceitar o regresso ao clube bávaro.

"Foi uma decisão difícil, mas a minha mulher e a minha filha disseram que eu devia aceitar este convite. Até o meu cão ladrou duas vezes, o que significa que eu tinha mesmo de voltar", confidenciou.

Sobre o Bayern Munique, o treinador alemão reconheceu que "não esquece a quem deve a carreira", tendo aceitado suceder ao italiano Carlo Ancelotti como prova de reconhecimento e amizade para com o clube.

"Se não tivesse treinado o Bayern em 1987, depois não teria tido a oportunidade de ir para o Athletic de Bilbau e para o Tenerife. E dali não teria passado para o Real Madrid", acrescentou.

Sobre a situação atual do clube, o treinador assegurou que sabe o que fazer para retirar o clube deste ciclo "difícil" e fazê-lo "voltar ao caminho do êxito", no qual sempre "existiu uma clara hierarquia" que "é importante definir", de modo "a devolver a confiança aos jogadores".

"Se observar os últimos anos vejo que existiu uma hierarquia. Houve jogadores como Lahm, Schweinsteiger, Xabi Alonso. Agora sobram Joerome Boateng, Thomas Muller, Arjen Robben e Franck Ribery. Eram eles que muitas vezes resolviam os problemas antes que o treinador tivesse de intervir", disse.

Questionado pela imprensa sobre as alegadas dificuldades de adaptação ao Bayern por parte do colombiano James Rodríguez, antigo jogador do FC Porto, o técnico salientou que "o futebol alemão é muito diferente do sul-americano", sendo "uma situação difícil para um jogador jovem".

"Ele tem de saber que conta com o meu apoio e com a minha ajuda, porque gosto de jogadores trabalhadores e com talento. E penso que ele tem muito talento", afirmou.

Jupp Heynckes foi treinador do Benfica em duas temporadas, 1999/2000 e 2000/01, tendo alcançando um terceiro lugar no campeonato na primeira época, e sido despedido no ano seguinte, ao fim de cinco jogos com apenas duas vitórias registadas.

O técnico alemão, que se tinha retirado após deixar o Bayern Munique, em 2013, soma conquistas ao serviço de três clubes, em especial no emblema bávaro, ao serviço do qual conquistou uma Liga dos Campeões (2012/13), três campeonatos (1988/89, 1989/90 e 2012/13), três Supertaças (1987, 1989, 2012) e uma Taça da Alemanha (2012/13).

No Real Madrid ergueu uma Liga dos Campeões e uma Supertaça de Espanha (1997/98) e no Schalke 04 duas Taças Intertoto (2003 e 2004).

*artigo atualizado às 14h05