A Bundesliga está preocupada. No dia em que marca o início da nova temporada, os especialistas insistem em dois objetivos pendentes: como evitar um sétimo título consecutivo do Bayern e como deter a decadência do futebol alemão, humilhado no Campeonato do Mundo e em queda livre nas competições europeias.
Como rege a tradição, o atual campeão abrirá a nova temporada esta sexta-feira em casa contra o Hoffenheim, terceiro classificado na última edição e que garantiu a presença na Liga dos Campeões. Das outras partidas da primeira ronda, destaca-se também o duelo entre Borussia Dortmund-Leipzig.
O Schalke, atual vice-campeão, viajará no sábado para defrontar o Wolfsburg sem dois dos seus principais jogadores da temporada passada: Leon Goretzka, contratado pelo Bayern, e Max Meyer, que atua agora no Crystal Palace.
Para o gigante Bayern de Munique e seu novo técnico, Niko Kovac, vencer o título da Bundesliga é o mínimo que se espera da nova temporada. "Os que esperam que o Bayern irá relaxar vão se decepcionar", avisou o dirigente bávaro Karl-Heinz Rummenigge: "No nosso ADN não existe o gene que provoca a sensação de saciedade".
Com a dupla Rib-Rob
Os dirigentes e adeptos do Bayern olham muito além das fronteiras da Alemanha. O objetivo maior é voltar a conquistar a Liga dos Campeões, competição conquistada pela última vez em 2013.
A equipa foi montada com esse objetivo, mas enquanto os grandes rivais europeus gastam rios de dinheiro na disputa por reforços, a última janela de transferências deixou dúvidas em Munique.
O chileno Arturo Vidal deixou o clube para reforçar o Barcelona, enquanto Douglas Costa foi para Juventus. Fala-se na possível saída do defesa Jérôme Boateng para o Paris Saint-Germain.
Por outro lado, o Bayern não parece ter achado no mercado substitutos à altura: os jovens Goretzka e Serge Gnabry ainda não mostraram o seu valor no mais alto nível. O português Renato Sanches parece não ter evoluído o suficiente durante o empréstimo ao Swansea e o jovem canadiano de 17 anos Alphonso Davies é somente uma promessa.
Os campeões alemães renovaram por mais uma temporada o contrato de Ribéry e Robben (35 e 34 anos), destaques do clube dentro de campo há anos, mas ambos sempre expostos às lesões e a idade avançada não permite que joguem duas partidas por semana durante muito tempo.
Tragédia nacional
Alguns perguntam-se se os adversários mais fracos que o Bayern enfrentará na Alemanha serão suficientes para preparar a equipa para os seus compromissos europeus.
A eliminação da seleção alemã na fase de grupos do Campeonato do Mundo da Rússia traumatizou o país, mas principalmente colocou os holofotes num fenómeno perceptível a nível de clubes nas últimas temporadas: o futebol alemão já não é mais competitivo.
Com exceção do Bayern, os resultados das equipas alemãs nas competições europeias são sofríveis.
Isso acentua-se pelo êxodo de talentos rumo ao futebol estrangeiro que acontece a cada janela de transferência. O único jogador valorizado no Mundial a chegar para jogar a Bundesliga é o belga Axel Witsel, contratado pelo Borussia Dortmund ao Tianjin Quanjian por 20 milhões de euros.
O problema parece ser a lei que impede que clubes alemães sejam comprados por investidores estrangeiros, o que impossibilita que os clubes invistam o dinheiro necessário para competir com os ricos rivais espanhóis e ingleses pelos grandes nomes do futebol mundial.
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