Os ‘fantasmas’ do título ingloriamente perdido no ano passado ainda apareceram, mas, intratável face aos ‘maiores’, o Botafogo, na estreia de Artur Jorge, conquistou com ‘imensa’ justiça a edição 2024 do campeonato brasileiro de futebol.
Em 2023, ano em que começou sob o comando de Luís Castro e ainda foi liderado por Bruno Lage, o ‘fogão’ chegou a ter o ‘Brasileirão’ no ‘bolso’, ostentando mais de 10 pontos de avanço face à concorrência, mas deixou-o fugir ingloriamente, cenário que, a determinada altura, parecia poder repetir-se este ano.
Após a 32.ª jornada, de 38, o Botafogo ficou com seis pontos de vantagem sobre o segundo colocado, o dobro da maior que tinha tido até então, mas, então, cedeu três empates consecutivos e perdeu a liderança para o Palmeiras, de Abel Ferreira.
No momento da decisão, com o título em jogo, o conjunto comandado pelo treinador português Artur Jorge, mostrou, porém, fibra de campeão e, à 36.ª ronda, venceu os bicampeões em título no sempre complicado sintético do Allianz Park por 3-1, num jogo em que os locais só marcaram aos 90+3 minutos.
Gregore, o venezuelano Savarino e Adryelson marcaram no denominado ‘jogo do título’, confirmando a apetência do Botafogo para ser ‘demolidor’ nos jogos face aos adversários diretos, o que sucedeu durante todo o ano e sempre que foi preciso.
Num conjunto que valeu pelo coletivo, destaque para a consistência do guarda-redes John Victor, dos defesas Bastos e Alexander Barbosa, dos médios Marlon Freitas e Gregore e dos avançados Luis Henrique e Savarino.
Para a conquista do título também foram, porém, importantes vários jogadores que foram chegando com o campeonato em andamento, casos de Igor Jesus, o argentino Thiago Almada ou o ex-portista Alex Telles.
O técnico luso apenas chegou no início de abril, sendo oficializado a escasso seis dias da estreia no Brasileirão, que não começou bem para o Botafogo, derrotado por 3-2 no reduto do Cruzeiro, culpa de um golo de Rafael Elias, aos 90+1 minutos.
A formação do Rio não acusou a entrada em falso e respondeu com três vitórias consecutivas, a última no reduto do Flamengo, por 2-0, com tentos Luiz Henrique e Savarino, à quarta jornada, para saltar pela primeira vez para o comando da prova.
Com um embate e um desaire nas rondas seguintes, o Botafogo ainda tombou até ao sétimo lugar, mas, depois de nova série de três triunfos, um face ao campeão sul-americano Fluminense (1-0 em casa), regressou à liderança, após nove rondas.
Da 10.ª à 13.ª jornadas apenas venceu um encontro, e, após a 11.ª, esteve a quatro pontos do ‘Fla’, a maior desvantagem para a frente em toda a prova, só que a resposta foi a melhor série na prova – cinco triunfos consecutivos.
O conjunto de Artur Jorge regressou ao primeiro lugar à 16.ª, ainda empatado com o Palmeiras, do que se ‘desembaraçou’ à 17.ª, ao bater em casa o conjunto de Abel Ferreira por 1-0, graças a um golo de Tiquinho Soares, em Nacional, FC Porto ou Vitória.
O Botafogo acabou líder a primeira volta, dois pontos à frente do Flamengo e quatro do Palmeiras, mas despediu-se com um empate e também não começou bem a segunda volta, somando duas derrotas – as últimas na prova – nas três primeiras rondas.
A resposta veio em foram de mais duas vitórias sobre adversários diretos: à 23.ª ronda, ganhou na receção ao Flamengo, que era segundo, por 4-1, e, à 25.ª, bateu também em casa o Fortaleza, então líder isolado, por 2-0, com ‘bis’ de Igor Jesus.
O triunfo face ao Fortaleza foi o primeiro de uma série de seis em oito jornadas, que, à 32.ª, deixou o Botafogo, finalmente, com uma vantagem folgada, de seis pontos sobre o Palmeiras.
Os ‘fantasmas’ de novo título a ‘voar’ vieram depois, com empates seguidos com Cuibá (0-0 em casa), Atlético Mineiro (0-0 fora) e Vitória (1-1 em casa), mas, já segundo, o Botafogo mostrou quem era o melhor em plena casa do Palmeiras.
Depois, ficou com o título à mercê e não falhou, vencendo por 1-0 no reduto do Internacional e, a fechar, hoje, em casa, no Rio de Janeiro, bateu o São Paulo por 2-1.
O venezuelano Jefferson Savarino, aos 37 minutos, e Gregore, aos 90+2, depois de William Gomes restabelecer a igualdade, aos 63, deram o título ao conjunto do Rio de Janeiro, que até podia ter perdido, pois o Palmeiras caiu perante o Fluminense (0-1).
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