Federações de futebol e 30 clubes brasileiros divulgaram uma carta na qual exigem "mudanças" perante as complicações que geram "estagnação e atraso", após o escândalo eleitoral na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a ameaça de sanções por parte da FIFA.
Na carta, divulgada na noite da passada sexta-feira e assinada por clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro como Palmeiras, Fluminense e Internacional, as instituições manifestam apoio a Reinaldo Carneiro Bastos, atual presidente da Federação Paulista de Futebol e candidato à presidência da CBF.
Embora a corrida já tenha sido lançada, há muitas incertezas sobre um eventual novo processo.
No dia 7 de dezembro, um novo escândalo rebentou na CBF, depois de um tribunal do Rio de Janeiro invalidar a eleição de Ednaldo Rodrigues, deixando a liderança nas mãos do presidente interino designado, José Perdiz, com a missão de organizar novas eleições.
De concreto, a justiça anulou um acordo entre a CBF e o Ministério Público que permitia a eleição de Ednaldo como presidente do órgão máximo do futebol brasileiro.
Agora, a expectativa é que o destino de Ednaldo Rodrigues como presidente da CBF seja definido por uma missão da FIFA e da CONMEBOL, que chegará ao Rio de Janeiro a partir de 8 de janeiro para examinar a situação e procurar uma solução, conforme indica carta enviada dias atrás à CBF.
Enquanto aguarda, Rodrigues afirmou na sua primeira entrevista após a destituição: "O meu tempo de disputas eleitorais acabou", disse sobre a sua posição em relação a novas eleições, em declarações publicadas na sexta-feira pela revista 'Veja'.
Entretanto, a FIFA e a CONMEBOL deixaram claro que não toleram interferências estatais na gestão das suas associações-membro, razão pela qual ignoram Perdiz como autoridade legítima.
Da mesma forma, exigiram que a CBF não atuasse até a chegada dos seus enviados, sob ameaça de desfiliação das equipas brasileiras de todas as suas competições.
As federações e clubes comprometeram-se a "apoiar a fluidez e a transparência" de um novo processo eleitoral, para que o futebol brasileiro possa sair desta "lamentável situação".
No meio ao escândalo, a CBF sofreu com outro golpe: o técnico italiano Carlo Ancelotti, confirmado como próximo treinador da seleção brasileira por Ednaldo, anunciou na sexta-feira a renovação do seu contrato com o Real Madrid até 2026.
O Real é "uma família para mim. O ambiente que este clube gera é muito familiar", disse o italiano de 64 anos em entrevista ao canal oficial do clube espanhol transmitida no sábado.
Enquanto isso, a seleção brasileira passa por um momento difícil comandada por Fernando Diniz, também técnico do Fluminense, e com compromissos em agenda como o apuramento sul-americano para o Campeonato do Mundo de 2026 na América do Norte e a Copa América de 2024 entre junho e julho nos Estados Unidos.
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