A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) recorreu ao Supremo Tribunal Federal para anular a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que afastou o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, foi hoje anunciado.

Os serviços jurídicos da CBF consideram a decisão uma "afronta direta" à ordem constitucional e pedem ao Supremo Tribunal Federal medidas cautelares para suspendê-la.

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro afastou na quinta-feira Ednaldo Rodrigues da presidência do organismo e determinou a realização de eleições “o mais rápido possível".

O desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro declarou nulo o acordo que tinha permitido ao dirigente continuar em funções e delegou no ‘vice’ Fernando Sarney a responsabilidade de convocar eleições, que foram hoje agendadas para 25 de maio.

O juiz considerou que existiram irregularidades na assinatura de um acordo firmado por cinco dirigentes da CBF no início deste ano para encerrar o processo que questionava a legalidade das eleições de 2022.

A validade desse acordo foi posta em causa por dúvidas quanto à falsificação da assinatura de Antônio Carlos Nunes de Lima, mais conhecido como Coronel Nunes, que foi diagnosticado com um tumor cerebral em 2018.

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro já tinha destituído Rodrigues da presidência da CBF em dezembro de 2023, por considerar que as eleições que ele ganhou em 2022 foram realizadas segundo regras que violavam o regulamento interno daquela entidade.

As regras das eleições foram acertadas entre a CBF e o Ministério Público do Rio de Janeiro, algo que o juiz regional considerou uma irregularidade.

No entanto, um mês depois, o juiz Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal do Brasil, anulou a decisão e devolveu o cargo a Ednaldo Rodrigues.

Hoje, o presidente destituído defendeu que a seleção brasileira pode ser excluída das eliminatórias do Mundial2026, uma vez que a FIFA e a CONMEBOL, o organismo que tutela o futebol sul-americano, não reconhecem os representantes federativos nomeados judicialmente.

Assim, a CBF e as seleções brasileiras poderiam ficar sujeitas a sanções pesadas, incluindo a exclusão de competições a nível internacional, defendeu Rodrigues, com o dirigente a alegar que a FIFA pode recusar a lista de convocados que o Brasil tem de apresentar até 26 de maio, para os jogos das eliminatórias, contra Equador e Paraguai.

Em 24 de março, Rodrigues foi reeleito, por unanimidade, presidente da CBF, para um mandato que começava em 2026 e terminava em 2030.