Caso insólito no campeonato brasileiro, com polémica à mistura entre Vitória e o Athletico Paranaense. Os dois clubes estavam a negociar a transferência de Pedrinho, jovem lateral esquerdo de 19 anos, que se preparava para trocar o clube da Bahía pelo do Paraná. Só o Vitória acabou por se precipitar e rescindir o contrato com o jogador antes do acordo com o Athletico estar assinado e, agora, este diz que não paga nada.
O acordo verbal já teria sido acertado por um valor na ordem dos 1,3 milhões de euros, mas o clube paranaense alega que o jogador estava livre no mercado quando o contratou e que, portanto, não deve nada ao Vitória.
"Note-se que sem a concretização/assinatura do contrato de transferência e rescisão prematura do contrato de trabalho pelo Vitória, o Atleta Pedro Henrique Azevedo Pereira ficou livre, sem vínculo desportivo, sendo contratado pelo nosso clube sem a realização da transferência outrora tratada pela partes", escreve o Athletico Paranaense na sua nota de defesa enviada à 10ª Vara Cível e Comercial do tribunal de Salvador, onde o Bahía interpôs uma ação.
Pedrinho, que desde os 10 anos de idade pertencia ao Vitória, até tinha renovado, em fevereiro último, o vínculo com referido o clube até 2024. Mas a rescisão do contrato foi publicada no Boletim Informativo Diário (BID) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a 20 de agosto e a assinatura do vínculo de cinco temporadas com o Athletico-PR ocorreu depois dessa data.
O atleta realizou exames médicos com o novo clube no final de Agosto e retornou a Salvador da Bahía, mas o imbróglio em que se viu envolvido fez com que não voltasse a treinar no Vitória. A 4 de setembro viajou em definitivo para se apresentar no Athletico.
De acordo com o Vitória, o acordo alinhavado com o Athletico Paranaense previa até que o jogador continuasse no clube por empréstimo até ao final da temporada, só depois seguindo para o seu novo emblema. Esse acordo previa o pagamento do jogador em várias tranches, com a primeira, no valor de cerca de 500 mil eurosprevista para esta semana.
Em nota divulgada na passada terça-feira, a direção do clube baiano afirmou que "desconhece os motivos para o não cumprimento do contrato celebrado entre os clubes, assim como para o não pagamento do valor ajustado". No comunicado, o Vitória também informou que entrou com uma medida processual na Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) da CBF, "para fins de impor ao Athletico Paranaense o cumprimento do acordo".
No entanto, a defesa do Athletico-PR informou "que não existem provas de pagamento ou vencimentos previstos decorrentes da então pretensa transferência dos direitos federativos e económicos do atleta, porque as negociações neste sentido não foram finalizadas".
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