O treinador Abel Ferreira, que no domingo conquistou o campeonato paulista de futebol com o Palmeiras, no seu quinto título pelo clube, dedicou a vitória aos adeptos e jogadores.
“Esqueçam a tática, isto é muito emocional, tem muito a ver com crença. Nunca na minha vida, como jogador e treinador, senti a importância dos torcedores como hoje, ajudaram-nos, e de que maneira, com os jogadores. Eu não fiz nada, são os jogadores que fazem acontecer, agradeço do fundo do coração, são eles que fazem de mim melhor. São eles, os jogadores”, disse, no final, o treinador português.
Abel, que renovou em março contrato com o Palmeiras até 2024, voltou a ser feliz à frente do ‘verdão’, ao vencer em casa o rival São Paulo por 4-0, no jogo da segunda mão da final do ‘Paulistão’, depois de ter perdido no primeiro jogo por 3-1.
“Foram melhores na primeira mão, não estou de acordo com a justiça do resultado (3-1). Merecia ganhar, o meu cumprimento ao [Rogério] Ceni, hoje engrandeceram a nossa vitória”, adiantou o treinador português, numa final em que superou a derrota no Morumbi ao golear no segundo jogo, em casa.
Depois de levar um banho dos jogadores, que ‘invadiram’ a sala de imprensa para atirar água ao treinador, Abel voltou a desfazer-se em elogios ao plantel, dando-lhe quase todo o mérito pelos resultados que tem alcançado.
“Estes jogadores nasceram para fazer história no futebol brasileiro e no Palmeiras. Não sei onde vão buscar as forças, é mérito deles. Quem faz a diferença são eles. Sou 30% de tudo aquilo que eles fazem, eles são 70%”, adiantou.
No Palmeiras, o treinador chegou ao quinto título em 16 meses, de um total de nove finais disputadas, em que se destacam a conquista da Libertadores, por duas vezes, uma supertaça sul-americana, uma Taça do Brasil e agora o ‘Paulistão’.
Abel Ferreira é já o estrangeiro que mais títulos conquistou pelo clube, superando os quatro troféus dos uruguaios Humberto Cabelli e Ventura Cambon, sendo também o primeiro não brasileiro a vencer o campeonato paulista desde Bela Guttmann, que venceu em 1957, pelo São Paulo.
“Sou mais uma peça num relógio que tem sido bem consistente, dentro deste clube”, referiu também o treinador na conferência após o jogo, lembrando que este campeonato não era uma prioridade e que a vitória se deve à vontade dos jogadores.
Com o foco na conquista da Supertaça sul-americana, que também conseguiu frente ao Athletico Paranaense (2-2 e 2-0), e no Mundial de clubes, em que perdeu a final diante do campeão europeu Chelsea, Abel espera agora uma época desgastante.
“A nossa prioridade foi a Recopa e o Mundial, não sei como os jogadores vão chegar a meio da época, não sei. Preparámos com muita intensidade. Temo, fruto da densidade competitiva, fruto destas viagens que vamos fazer, extremamente desgastantes, não sei como vamos chegar”, justificou, sublinhando ainda que o ‘Brasileirão’ é o “campeonato mais competitivo do mundo”.
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