O Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) rejeitou os recursos apresentados pelo Shakhtar Donetsk e por oito clubes russos contra a autorização dada pela FIFA que permitiu a suspensão de contratos de futebolistas devido à guerra na Ucrânia.
Em decisões separadas, o TAS rejeitou o recurso apresentado em dezembro pelo clube ucraniano, exigindo uma indemnização de 50 milhões de euros da FIFA.
“As medidas inapropriadas e de enorme impacto aplicadas pela FIFA acabaram por levar a uma perda de rendimentos com transferências de jogadores e um decréscimo das receitas essenciais do clube no valor de aproximadamente 50 ME”, referiu, em dezembro, o diretor executivo do clube, Sergei Palkin.
Os clubes russos, “liderados” pelo Zenit São Petersburgo, contestaram a decisão da FIFA de manter durante toda a época 2022/23 as regras de transferência de emergência, que foram aplicadas pela primeira vez em março passado, pouco depois do início do conflito na Ucrânia.
Em junho, a FIFA decidiu alargar o período especial de suspensão de contratos de futebolistas e treinadores afetados pela guerra na Ucrânia até final da próxima época, permitindo assim que os profissionais possam continuar a trabalhar noutros países.
"Se os clubes da federação ucraniana de futebol ou da federação russa de futebol não chegarem a acordo com os seus jogadores e treinadores estrangeiros antes de 30 de junho de 2022, estes profissionais têm o direito de suspender o seu contrato até 30 de junho de 2023", referiu, na altura, o organismo em comunicado.
Hoje, o TAS divulgou as decisões sem indicar os fundamentos legais, que devem ser conhecidos nos próximos dias.
A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas – 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
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