Rui Pinto utilizou a sua conta na rede social Twitter para reagir a mais um dado do processo 'Saco Azul', que envolve o Benfica. O informático criticou a posição do clube da Luz sobre os "quatro contratos falsos" alegadamente elaborados por Miguel Moreira, na altura diretor financeiro do Benfica, que acusa de desviar uma grande quantia de dinheiro.
"De acordo com informações divulgadas pela comunicação social e relativas ao processo Saco Azul, ninguém no Benfica, nem o diretor de Sistemas de Informação, conhecia os contratos de prestação de serviços informáticos realizados com a Questão Flexível. A acreditar nessas curiosas declarações, então, estamos perante 4 contratos falsos, elaborados por Miguel Moreira, na altura diretor financeiro do clube, com a finalidade de desviar para si uma grande parte dos 1,8 milhões de euros. Perante essa descoberta, o passo natural para uma empresa lesada por um seu funcionário seria a instauração de queixa-crime contra este. Mas curiosamente não há qualquer indicação de que o Benfica tenha seguido essa via. Enigmático", escreveu o informático.
Ainda sobre o caso 'Saco Azul' e de acordo com a revista 'Visão', a Polícia Judiciária explica que o antigo presidente do clube, Luís Filipe Vieira, e Soares de Oliveira, CEO da SAD, "assinaram de cruz" os contratos falsos.
Em causa transferências da SAD encarnada e da Benfica Estádio para a empresa de informática 'Questão Flexível', na ordem dos 1,8 milhões de euros, por alegados serviços prestados ao clube.
A PJ fala em crime de fraude fiscal qualificada e diz que as explicações dadas pelos arguidos não são convincentes.
"A estratégia de defesa utilizada por Luís Filipe Vieira e Domingos Soares de Oliveira, de que assinaram de cruz os respetivos contratos e de atribuírem a Miguel Moreira o conhecimento do serviço contemplado nos mesmos não colhe em face dos factos apurados na investigação", escreve a PJ em relatório.
De acordo com o 'Jornal Notícias', o Benfica terá pedido o arquivamento do processo 'Saco Azul', alegando que nada foi provado em cinco anos de investigação. A defesa dos Encarnados centra-se no relatório da Polícia Judiciária que fala em "em "fortes indícios" da prática de crime fiscal, mas não aponta uso de verbas para pagamentos a terceiros, alegadamente árbitros.
No processo 'Saco Azul', Luís Filipe Vieira, ex-presidente do Benfica, foi constituído arguido, a par do administrador da SAD Domingos Soares de Oliveira, assim como a própria sociedade desportiva e a Benfica Estádio, tendo em conta alegados crimes de fraude fiscal suscitados numa investigação da Autoridade Tributária.
A investigação da Autoridade Tributária (AT) remonta a 2018, quando foram feitas buscas às instalações ‘encarnadas’, por suspeitas da emissão de faturas de serviços fictícios de uma empresa informática, que o Benfica pagou. Em causa estarão 1,8 milhões de euros que terão sido pagos pelas sociedades ‘encarnadas’, durante seis meses, para pagar serviços que não foram prestados.
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