O técnico de futebol Rui Vitória admitiu hoje que recebeu convites após a saída da seleção do Egito, mas recusou, e atualmente está “aberto a tudo”, mas tem de ser um projeto com que se identifique.
“Felizmente tem havido esses contactos depois de ter saído do Egito, mas também decidi que esta era a altura para vir para casa, estar, usufruir também um bocadinho de tempo. O tempo é uma coisa que nos falta muitas vezes”, disse.
Rui Vitória falava aos jornalistas à margem do Fórum da Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF), onde participou com Abel Ferreira, Pedro Caixinha e Joel Rocha no painel sobre “Modelação do treino em função do contexto competitivo”.
“Não vivo obcecado com esta questão do treino, nem do jogo, e quando eu sentir que há condições para voltar, voltarei, porque na realidade sinto-me muito bem na forma como estou. Portanto, é tudo uma questão agora de quase um chamamento que tem de haver, que me faça de facto voltar a trabalhar e voltar a estar com uma equipa”, admitiu.
Depois de ter estado à frente da seleção de futebol do Egito, de onde saiu em fevereiro, admitiu que, quando se sai de Portugal, abrem-se “muito os horizontes” e abre também a “perspetiva de trabalhar em todo o mundo”, o que disse estar “preparado para que isso aconteça”.
Questionado sobre o tipo de projeto que o aliciaria para trabalhar, Rui Vitória assumiu que, “tem de haver, fundamentalmente, alguma coisa”, ou seja, “mais um propósito que propriamente um objetivo”.
“É nós sentirmos que aquele clube, aquele contexto, aquele projeto nos diz qualquer coisa. Esta questão dos projetos muitas vezes assusta as pessoas, falamos em projetos, mas e os resultados. Seja por resultados, seja pelo que for, tem de haver uma ideia daquilo que as pessoas querem e essa ideia tem de combinar com a minha”, disse.
Neste sentido, admitiu que “há bons projetos, em equipas que podem nem ser as mais mediáticas”, mas que, no seu entender, podem “encaixar” com a sua maneira de ser e de trabalhar.
“É um bocado aquilo que eu sinto e, neste momento, a conversa que se vai ter é que vai ditar aquilo que será um bom projeto. E estamos abertos. […] Muitas vezes, é o meu perfil bater certo com o perfil desse clube, com as ambições e as ideias dessas pessoas é que pode fazer toda a diferença. Portanto, aberto a tudo”, afirmou.
Sobre a pausa, reconheceu que tem de se ter “a capacidade de estar um bocado afastado” do futebol para ser “também melhores treinadores, porque ser treinador é perceber da vida também” e, nesse sentido, disse que “há momentos para tudo”.
O Fórum da ANTF termina hoje em Viseu, cidade europeia do Desporto em 2024, e conta com a presença de 1.200 treinadores de futebol e futsal, e “é o mais participativo de sempre”, disse à agência Lusa o presidente, José Pereira.
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