Na conferência de imprensa de antevisão ao jogo com o Arouca, Rui Vitória foi questionado sobre com mantém o plantel às margem dos processos judiciais em que o Benfica está envolvido, numa altura em que está a decorrer a fase de instrução do processo E-Toupeira. O técnico reconheceu que os jogadores "não são imunes" ao que se passa à sua volta.
"Dizer que estamos alheios tudo o que nos rodeia, não é uma realidade. Isso é um facto que existe no Benfica, há assuntos que nos vão rodeando, mas temos resolvido as situações ao longo da época sempre com um a preocupação em nos isolarmos mais possível, em olhar para dentro e preocupar-nos com a nossa função. Dizer que não temos ouvidos e olhos... não acontece. Mas temos capacidade de nos preocupar-nos connosco e em fazer o nosso papel", afirmou o treinador do Benfica.
A fase de instrução do processo 'e-toupeira', requerida pelos quatro arguidos, incluindo a Benfica SAD, começou na quarta-feira da semana passada no TCIC, em Lisboa.
A instrução, fase facultativa que visa decidir por um juiz de instrução criminal se o processo segue para julgamento, tem decorrido à porta fechada, com início sempre às 14:00, exceto no debate instrutório, agendado para 26 de novembro, e na leitura da decisão instrutória, sessões que serão públicas.
No Requerimento de Abertura de Instrução (RAI), a SAD do Benfica defende que a acusação do Ministério Público (MP) é infundada e que terá de cair nesta fase. O RAI assenta em três pontos essenciais, nomeadamente o desconhecimento dos factos imputados ao seu antigo assessor jurídico Paulo Gonçalves e restantes dois arguidos, ambos funcionários judiciais.
A acusação do MP considera que o presidente da Benfica SAD, Luís Filipe Vieira, teve conhecimento e autorizou a entrega de benefícios aos dois funcionários judiciais, por parte de Paulo Gonçalves, a troco de informações sobre processos em segredo de justiça, envolvendo o Benfica, mas também clubes rivais.
A SAD do Benfica está acusada de 30 crimes e Paulo Gonçalves de 79 crimes. O MP acusou a SAD do Benfica de um crime de corrupção ativa, de um crime de oferta ou recebimento indevido de vantagem e de 29 crimes de falsidade informática.
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