A Rio Maior SAD, que milita na série C do Campeonato de Portugal em futebol, vai faltar ao jogo com o Pêro Pinheiro, no domingo, face aos salários em atraso, comunicou hoje o Sindicato dos Jogadores.
“Na sequência da reunião, e face à total ausência de condições para a continuação da atividade desportiva, os jogadores decidiram cessar a atividade, não comparecendo aos treinos e ao jogo com o Pêro Pinheiro, agendado para o próximo domingo, dia 29”, pode ler-se no comunicado divulgado pelo organismo.
De acordo com a nota, “esta decisão deve-se aos sucessivos incumprimentos da administração da SAD do Rio Maior para com os atletas, desde o início da temporada 2022/23, que comprometem a estabilidade profissional e familiar dos jogadores”.
O sindicato adiantou ainda que “acionou os mecanismos financeiros à disposição, para acorrer à gravidade da situação”, enquanto “o plantel exige uma tomada de posição à SAD, face ao sucedido”.
Esta decisão surgiu na sequência da reunião entre o plantel principal do clube, o presidente do Sindicato dos Jogadores, Joaquim Evangelista, e o responsável pelo gabinete jurídico, João Oliveira.
Em declarações à agencia Lusa, Joaquim Evangelista não se mostrou otimista, uma vez que não vislumbrou “nenhuma solução objetiva”.
“Eu não estou otimista. Nas reuniões que tive com os dirigentes não vislumbrei ali nenhuma solução objetiva. Hoje ia haver uma reunião com um investidor novo, dizem, com uma solução que pode, de alguma forma, alterar esta situação. Sinceramente, não acredito”, lamentou.
Para o dirigente, desistir do campeonato é um desfecho provável: “Se não houver mais nenhuma notícia, não vão a mais nenhum jogo. É encontrar uma solução imediata, desvincular os jogadores para eles poderem ir para outros clubes”.
Este é o segundo emblema riomaiorense em vias de desistir do campeonato no qual participa, depois de em 2009 o UD de Rio Maior ter abandonado a então III Divisão, por culpa das dívidas na ordem dos 150.000 euros, dos quais 75.000 às Finanças e o restante a fornecedores, jogadores e treinadores.
Na altura, os 21 jogadores seniores do emblema permaneceram cerca de 25 horas em greve de fome, à porta do Estádio Municipal da cidade, e, posteriormente, o clube apresentou-se nas competições seniores somente com 14 jogadores juniores, evitando as penas de desclassificação, descida de divisão e suspensão por duas épocas das competições nacionais.
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