O presidente do Tirsense, Fernando Matos, considera que a equipa do principal campeonato da Associação de Futebol do Porto, interrompido face à pandemia de covid-19, merece subir ao Campeonato de Portugal, enquanto espera por uma "decisão final".
O clube lidera a Série 2 da Divisão de Elite do distrito, com 51 pontos após 25 jogos - menos seis do que o líder da Série 1, o Salgueiros -, e, na sexta-feira, a Associação de Futebol do Porto (AF Porto) atribuiu "por unanimidade" o "reconhecimento do mérito desportivo" aos "dois clubes com maior número de pontos", mas o dirigente tirsense afirmou à Lusa que o comunicado da entidade "não é muito claro", permanecendo em dúvida quanto a uma promoção que deseja.
"Por mérito próprio e pelo que fizemos durante a época, com respeito aos clubes que poderiam jogar connosco no ‘play-off', merecemos subir. Ao estar nesta posição, só penso que tenho de jogar na divisão acima. Mas vamos esperar para ver. O comunicado diz que, por mérito próprio, o Salgueiros e o Tirsense merecem estar no Campeonato de Portugal, mas não temos uma decisão final", realçou.
Todos os líderes dos principais campeonatos de cada associação distrital, já cancelados, podem disputar o Campeonato de Portugal na época 2020/21, após a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) ter anunciado, na quarta-feira, o alargamento da prova de 72 para 96 equipas, mas resta ainda a decisão da AF Porto, a única do país com mais do que uma série no principal escalão.
Seguidor do Tirsense há cerca de 50 anos, Fernando Matos realçou que a promoção às competições nacionais tem de ser um objetivo, até porque o emblema do vale do Ave deve, a seu ver, competir pelo menos na II Liga - já participou oito vezes no escalão maior do futebol nacional, entre 1967/68 e 1995/96.
"O Tirsense não é um clube desta divisão. É um ‘elefante adormecido' e tem de sair daqui. Toda a gente tem puxado pelo clube, e, ao fim de semana, ainda se nota mais, com as pessoas a irem ao estádio. É o orgulho da cidade. No mínimo, o Tirsense tem de estar na II Liga, pelo seu historial e pelo clube que é", defendeu.
O presidente do emblema fundado em 1938 disse ainda sentir um "orgulho enorme" de ver o Estádio Abel Alves de Figueiredo "cheio" em jogos da Associação de Futebol do Porto, tendo lembrado que a marcação de algumas partidas para horário noturno, durante o verão, ajudou a atrair público e foi "uma ‘lufada' de ar fresco".
Apesar de ter "fechado portas" por causa da pandemia, o clube de Santo Tirso, realçou o presidente, tem mantido "em dia" os ordenados de um plantel que se distingue pela "aposta clara na formação" e apresenta uma situação financeira "controlada".
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