O antigo presidente da UEFA Michel Platini revelou hoje que apresentou uma queixa em França por tráfico de influência contra o atual presidente da FIFA, Gianni Infantino, a quem acusa de complô para afastá-lo da presidência deste organismo.
A denúncia, apresentada em novembro passado junto da Procuradoria de França, solicita que a justiça francesa se encarregue dessa investigação, já encerrada pelos seus homólogos suíços.
É a segunda vez que Platini tenta fazer com que o assunto seja tratado por magistrados franceses, os quais, na primeira tentativa, pelo facto de os réus serem suíços, delegaram o caso às autoridades suíças, que o arquivaram por prescrição.
Nesta nova denúncia, Platini pede ao Ministério Público que interrogue Gianni Infantino, mas também o ex-diretor de serviços jurídicos da FIFA Marco Villiger, por cumplicidade, além de outras personalidades, como o primeiro promotor do tribunal de Alto Valais, Ricardo Arnold, e o ex-procurador-chefe federal suíço Oliver Thormann.
O antigo internacional francês solicita, ainda, que o ex-chefe do Ministério Público da Confederação André Marty e o ex-Procurador-Geral suíço Michael Lauber também sejam questionados, sendo este último considerado um personagem-chave na denúncia de Platini, por ter tido um encontro com Infantino nos dias que antecederam a investigação de corrupção no seio da FIFA, que terminou com a condenação de Joseph Blatter e do próprio Platini.
Recorde-se que o antigo presidente da UEFA foi suspenso por seis anos de todas as atividades relacionadas com o futebol, pena essa que seria reduzida para quatro pelo Tribunal Arbitral do Desporto (TAS).
Embora essa sanção tenha expirado em 2019, impediu Platini de concorrer à presidência da FIFA em 2016, o que deixou Infantino, que foi seu ‘braço direito’ na UEFA durante anos, livre para presidir ao organismo que superintende o futebol mundial.
Platini sustentou sempre ter sido vítima de um complô para privá-lo de ascender à presidência da FIFA, para a qual era favorito quando Blatter caiu em desgraça, e acabou por ser absolvido pela justiça suíça das acusações de ter cobrado ilicitamente uma comissão de 1,8 milhões de euros ao organismo, verba que reconheceu ter recebido, por aconselhar o dirigente suíço, com quem, alegou, tinha um contrato verbal.
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