O português José Mourinho nunca pensou alcançar os 1.000 jogos como treinador principal de futebol e, fazendo as contas, reconhece um longo caminho, embora sem mudanças essenciais, pois, hoje como ontem, o objetivo é “ganhar o próximo jogo”.
“Nunca pensei chegar aos 1.000 jogos, nem nunca os contabilizei, nem me preocupei com isso. Mas, quando me disseram que faltavam oito ou nove para os 1.000, reparei nisso e comecei a fazer contas”, contou à Lusa o técnico luso.
Para já, o total vai em 999 jogos, cumpridos ao comando de Benfica (11), União de Leiria (20), FC Porto (127), Chelsea (185 na primeira passagem e 136 na segunda, para um total de 321), Inter Milão (108), Real Madrid (178), Manchester United (144), Tottenham (86) e Roma (quatro).
Muitos jogos e, a cada 40, um título, num total de 25, incluindo duas edições da Liga dos Campeões, pelos ‘dragões’ (2003/04) e pelo Internazionale (2009/10), uma Taça UEFA, também pelos portistas (2002/03) e uma Liga Europa, nos ‘red devils’ (2016/17).
Em todos os países por onde passou, foi campeão, somando oito cetros, três em Inglaterra, dois em Portugal e Itália e um em Espanha, e venceu também todos os outros troféus, somando 13 entre taças, supertaças e taças da liga.
Mourinho já ganhou quase tudo ao nível de clubes – nunca disputou o Mundial e perdeu nas três vezes que disputou a Supertaça Europeia -, incluindo o prémio de treinador do ano da FIFA, mas afirma que continua a ser, basicamente, o mesmo.
“Não mudou nada em mim, na minha essência como pessoa ou treinador. Tudo o que acontece tem um sentimento de ‘déjá vu’, parece que tudo me aconteceu e nada me surpreende. No fundo, o valor da experiência, um capital que muitos tendem a desvalorizar, mas que, tanto no futebol como na vida, tem um valor muito grande”, explicou a Lusa o treinador português.
Depois de seis títulos pelo FC Porto (2001/04), mais seis na primeira passagem pelo Chelsea (2004/08), cinco no Inter (2008/10), três no Real Madrid (2010/13), dois na segunda aventura nos ‘blues’ (2013/16) e três no Manchester United (2016/19), Mourinho só quer continuar a somar.
“O mais marcante é o próximo jogo, e o próximo, e o próximo e sempre o próximo... até ao ultimo”, explicou José Mourinho, que quer continuar a ganhar, mesmo que isso passe por repetir conquistas passadas.
Treinador principal desde que assumiu o Benfica, em 2000/01, apenas não somou títulos nos ‘encarnados’, na União de Leiria e, mais recentemente, no Tottenham, mas em nenhum desses clubes cumpriu época completas. Agora, a sua missão chama-se Roma.
“Falta-me ganhar o próximo jogo, porque títulos seria sempre repetir o que já ganhei”, disse à Lusa Mourinho, reforçando: “Quero ganhar jogos, quero ganhar o próximo, quero levar os meus jogadores, o meu clube e os adeptos do meu clube a serem felizes, a experimentarem sensações desconhecidas para eles, de acordo com o nosso potencial enquanto clube”.
A receção ao Sassuolo, marcada para domingo, pelas 20:45 locais (19:45 em Lisboa), da terceira ronda da Serie A 2021/22, é o próximo jogo e é especial, pois é o jogo 1.000 de Mourinho, que soma 637 vitórias, 205 empates e 157 derrotas, sendo que as duas equipas marcaram 1.962 golos e sofreram 853.
Comentários